Marcos Espínola - Divulgação
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Por O Dia

Rio - Quando se pensa em Rio de Janeiro vem logo na mente o Corcovado, a Praia de Copacabana e o bondinho do Pão de Açúcar. O mundo contempla a Cidade Maravilhosa, mesmo diante de sucessivos episódios que insistem em arranhar sua imagem. O último episódio deprimente é a falência anunciada da Rio 2016, empresa criada para gerir os Jogos Olímpicos. Um vexame sem precedentes e que envergonha todos os cidadãos cariocas.

Tanto se falou em legado olímpico que por todo o tempo que antecedeu os Jogos foi quase impossível não se sentir tocado pelo possível futuro de melhorias e benefícios que se apresentava. A Cidade virou um canteiro de obras e os investimentos anunciados foram de cifras inimagináveis. Tudo compôs uma atmosfera que até o mais pessimista em algum momento se contagiou, acreditando que algo de bom, realmente poderia se concretizar.

Chegaram os Jogos e não só cariocas, mas brasileiros de todas as regiões vieram prestigiar e torcer. Esta foi a melhor parte. Demos um show de cidadania, lotando as arenas e mostrando ao mundo o que é receptividade.

Após os Jogos, além das lembranças dos melhores momentos que só o esporte é capaz de protagonizar nos deliciamos com os jogos Paralímpicos que fechou o ciclo com chave-de-ouro. Mas é aí que começa o problema. Este foi, ao lado das medalhas, o único ouro que vimos. De lá pra cá ficamos fora do pódio.

O Parque Olímpico que abrigaria escolas está abandonado. Nenhuma delas saiu do papel. Arenas e parques aquáticos estão subutilizados e o único legado que tivemos foi o do descaso.

A ciclovia Tim Maia se transformou numa das maiores representações de desperdícios do dinheiro público. A Avenida Brasil, principal via expressa da Cidade simboliza a incapacidade de gestão pública, tornando-se a marca maior do projeto olímpico inacabado.

Já seria vergonhosa a falta de um legado consistente e positivo, mas o cenário é ainda pior. A dívida da empresa Rio 2016 alcança a cifra de R$ 430 milhões e o Rio dos encantos mil passa a ostentar o título de ter o primeiro comitê organizador de olimpíada a decretar falência.

O legado foi o lugar mais alto do pódio da incompetência, conquistando a medalha da vergonha que refletirá o seu brilho negativamente na imagem da nossa massacrada Cidade de São Sebastião.

A esperança é que, assim como aconteceu para o governo do Estado, a Cidade possa em breve contar com novos quadros que tragam mais eficiência para o seu comando.

Marcos Espínola é advogado criminalista

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