Emanoele Freitas - Divulgação
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Por O Dia

Rio - O que é autismo? O que é família? O que é inclusão? Palavras que ganharam força nos dias atuais, mas será que ganharam o reconhecimento real? O autismo está em alta, hoje se fala que a cada 50 crianças 01 é autista, mas o que o pessoal não vê é que junto a esse número também se encontram, pai, mãe, irmão, depois vem os demais que irão cercar essa criança, professores, terapeutas, a lista é grande e os números só sobem, o autismo envolve a todos não só a pessoa que tem o diagnóstico e é nesse ponto que entra a palavra mais complicada nesse contexto, defendida aos montes, mas infelizmente ainda uma utopia, inclusão. Palavra com muita força em todo o seu contexto, e também só com muita força, dedicação e vontade férrea para fazê-la acontecer.

No autismo a inclusão começa em casa, mas muitos acham que essa é uma palavra apenas para o social, para o educacional, e para nossos autistas infelizmente tal palavra e ação muita das vezes não se concretiza nem em casa.

Vivemos uma época do perfeito, do inteligente, do esperto, onde se busca ser o melhor, e como ser aceito quando não se consegue se expressar direito, interagir e se comportar da forma que dita à sociedade?

A inclusão, o respeito, a ajuda deve começar aos familiares para que eles possam compreender aceitar a nova realidade, lidar com suas frustrações, sonhos, planejamento que fizeram ao esperar pelo filho (a), pois isso acontece, mas todos pensam apenas que tal força, compreensão vem como um passe de mágica ao se obter o diagnóstico, pensam que são super poderes que surgem do amor incondicional a um filho (a) e isso, infelizmente não é real. Todos pais precisam de suporte, aprender a nova realidade, e que compreendam que eles também estão sofrendo, mas havendo ajuda, os pais se fortalecem, começam a ver novas possibilidades para realizarem o que planejaram, um pouco mais devagar, mas com novas perspectivas e voltam a sonhar.

Hoje é comemorado o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. Que esta data, e sempre, faça lembrar que o autismo não é o fim, é apenas um começo lento e, quando a família está estruturada, encontra seu caminho junto à inclusão interna e externa. Mostra que o autista pode e deve ser incluído e respeitado do jeito que é. Ninguém é igual, todos tem suas particularidades, mas o amor, respeito e dignidade fazem a sociedade vencer preconceitos. Tudo isto aprendi com meu filho Eros Micael, autista.

Emanoele Freitas é autora do livro “Transtornos do Neurodesenvolvimento”

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