Alexandre AppioDivulgação
Por O Dia

Rio - A qualidade na educação vai melhorar com as “novas ideias” para seu incremento, como a militarização ou educação domiciliar?

Teremos efetivamente redução do analfabetismo funcional e total, que hoje somos os campeões da América Latina? Teremos uma democracia com oportunidade para todos na educação básica e superior?

Atualmente pode-se observar vários discursos sem nexo ou base na verdade. São ilusões que não se farão sentir na realidade. Atualmente quando ocorre um novo anuncio midiático de algum ministro ou agregado, este é distorcido e passa a ser adotado como sendo uma verdade absoluta!

Isso não seria uma patologia coletiva, epidêmica?

Os fatos reais: em um presidencialismo, para cada lei proposta, a mesma deve passar pelas duas casas - deputados e senadores e sancionado pelo presidente - para ser efetivamente aprovada e ter status de lei. Portanto, não passa a sê-lo a partir de um anuncio.

No Brasil, já temos o EAD no ensino médio, na faculdade, temos provas a distância, temos a obrigação de passar de alunos. Isso seria qualidade, ou formação de analfabetos funcionais em série, incapazes de interpretar dois parágrafos? É literalmente uma idiotização em massa, sendo a ignorância um projeto de poder.

Convenhamos: a escola necessita de uma reestruturação, principalmente em seus conceitos e funções na a escola, com pais e alunos. Estamos atrasados a décadas, bem diferente dos países vizinhos. Aqui, alguém quer fazer uma faculdade, se qualificar, vai passar o resto da vida pagando. Pode conseguir crédito ou empréstimo em faculdades gerenciadas por grandes corporações, que querem lucrar, não qualidade. Nos países vizinhos, o ensino superior é bem mais acessível e de qualidade.

E pensemos: fala-se em educação domiciliar – outro discurso. Os pais já têm escassa instrução, não conseguem tempo para seus filhos e nem passar valores coerentes. Sem falar na ausência de socialização neste caso. Como seria possível? Falta a percepção de que as mazelas que vemos na educação vem na maioria dos casos da própria família. Além disso tudo, se deu ênfase a “militarização” da escola: se esta ocorrer ao nível dos colégios militares atuais é bem-vinda, pois os mesmos promovem qualidade e a inserção de todos os envolvidos na educação.

Sim, o fim do túnel não tem luz, mas a névoa da alienação e ignorância, em que grande parte da população vai continuar – como é hoje – esperando que alguém fale o que devem fazer, comprar, pensar, esperar, na incapacidade cognitiva de perceber e interpretar seu entorno, sua vida, sua sociedade, reflexo de mais de 60% da população com ensino médio incompleto, conforme o TSE, embasados nas redes sociais.

Alexandre João Appio é autor do livro 'Sociologia – dinâmicas e contextos para sala de aula'

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