Gustavo Schmidt, deputado estadual no Rio pelo PSL - Divulgação
Gustavo Schmidt, deputado estadual no Rio pelo PSLDivulgação
Por Gustavo SchmidtDeputado estadual (PSL-RJ)

A Cedae é um patrimônio do Estado do Rio de Janeiro. Lucrativa após anos de esforço para se recuperar de uma gestão política temerária no início dos anos 2000, a companhia tem conseguido levar investimentos para áreas do estado onde empresa privada nenhuma tem interesse em entrar. São 64 cidades atendidas pela Cedae, num total de mais de 13 milhões de pessoas. O lucro líquido da empresa em 2018 foi de R$ 870 milhões, e o que ela distribuiu para o seu principal acionário, o Estado, ajudou o Rio a fechar a conta na crise.

Apesar desses bons resultados, no dia 15 de março, os mais experientes funcionários da empresa foram demitidos sem justa causa. De um total de 54, 31 são engenheiros com 25 a 40 anos de casa, os pilares da companhia. Nenhuma análise de risco foi feita. Simplesmente, cortaram os maiores salários da empresa, conforme admitiu o presidente da Cedae, Hélio Cabral, em audiência pública que presidi na Alerj.

Egresso do BNDES, Cabral não é o que chamamos de "cedaeano", um profissional que fez carreira na companhia. Sua lógica puramente financeira não está levando em conta que o valor da Cedae se mede também pelos talentos formados ao longo de décadas de experiência. A empresa vai pagar uma fortuna em indenizações, e sabe perfeitamente que corre o risco de a Justiça reintegrá-los a um custo ainda maior. O que há por trás disso? Não tenho dúvidas que estão preparando terreno para a privatização da companhia.

Devo dizer que sou apoiador da atual gestão do Governo do Estado, e que trabalho diariamente para criar as melhores condições de governabilidade, visando o sucesso das ações e projetos que irão reerguer o Rio de Janeiro. Isso não significa assinar embaixo de qualquer decisão vinda do Executivo.

Tenho orgulho de ser filho e neto de cedaeanos, e sou a favor da Cedae pública. Privatizar a companhia é ir na direção contrária de Paris, Berlim e outras 265 cidades que reestatizaram seus sistemas de abastecimento de água e de saneamento nos últimos anos. Uma reversão provocada por um leque de problemas como investimentos insuficientes, altas taxas e ineficiência. A demissão abrupta desses 54 funcionários é, acima de tudo, uma covardia com a empresa e com a população fluminense.

 

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