Embratur - Divulgação
EmbraturDivulgação
Por O Dia
Rio - O lamentável episódio do incêndio em um dos ícones do turismo mundial, a Catedral de Notre-Dame, na França, provoca uma reflexão sobre a valia da preservação do Patrimônio Histórico e Cultural no Brasil e no mundo, além de seu peso para o turismo.
A tragédia francesa nos remete a seguinte pergunta: O Brasil aplica o devido valor aos monumentos que compõem o nosso Patrimônio Histórico? No início deste ano, a porta da Igreja do Rosário, em Minas Gerais, uma das mais famosas de Ouro Preto, foi consumida por chamas. Ano passado, vivenciamos o incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro que mutilou marcante acervo da história brasileira.
Publicidade
Ao deixar de lado a diferente realidade econômica entre Brasil e França outro ponto chama a atenção e nos faz refletir sobre a atenção recebida pelos monumentos históricos do nosso país.
A Catedral de Notre-Dame é um dos monumentos mais visitados da Europa, com cerca de 13 milhões de pessoas por ano, e poderia ser reconstruída com valores provenientes apenas do setor de turismo. Entretanto, a consternação em relação ao incêndio se transformou, instantaneamente, em solidariedade. No primeiro dia após o fogo tomar conta do templo, o saldo das doações de empresas e milionários franceses para sua a reconstrução era de R$ 2,6 bilhões.
Publicidade
Passados oito meses da tragédia no museu do Rio de Janeiro, uma das principais portas de entrada de turistas estrangeiros no Brasil, foi contabilizado um total de R$ 1,1 milhão em doações para reconstruir o edifício, considerado o principal museu de história natural e antropológica da América Latina.
Do total, apenas R$ 15 mil tiveram origem em empresas e 90% das doações foram de pessoas físicas. E, pasmem, os maiores doadores foram o governo alemão, com cerca de R$ 800 mil, e o consulado da Inglaterra, R$ 150 mil.
Publicidade
O olhar, porém, deve ir além da questão de aportes financeiros. A formulação de um novo pensar sobre a preservação do patrimônio deve ser iniciada. O Brasil vive um novo momento com maior abertura internacional, priorização do turismo e também com uma nova visão sobre a preservação de seu Patrimônio Histórico.
Em abril, o Brasil ganhou uma Política Nacional de Gestão Turística do Patrimônio. Com a criação do Patrimônio + Turismo, o país desperta para a conservação e o desenvolvimento sustentável, por meio de uma gestão profissional e eficaz dos 21 sítios reconhecidos pela Unesco como Patrimônio Mundial.
Publicidade
O potencial brasileiro para o turismo como atividade econômica é singular. No Turismo Cultural esta vocação tem reconhecimento internacional, como comprova a Unesco. É impensável dissociar a prática da atividade turística do patrimônio cultural de um município, estado ou região.
Trata-se de um dos principais segmentos desta indústria limpa chamada Turismo, capaz de usufruir dessa matéria-prima única no mundo, gerar resultados econômicos e mudar a vida de pessoas das comunidades locais, com a geração de emprego e renda. Tudo isso, protegendo os espaços culturais brasileiros.
Publicidade
Patrimônio e Pátria tem a mesma raiz. Este novo olhar aponta novos caminhos para a cultura do nosso país. Valorizar o Patrimônio Histórico e Cultural é contemplar com apreço a nossa identidade, o nosso passado e memória, além de possibilitar que brasileiros e estrangeiros vivam o presente e ajudem a preservar o futuro do Brasil no cenário mercadológico do turismo mundial.
Leônidas Oliveira é presidente da Embratur