Aristóteles Drummond, colunista do DIA - Divulgação
Aristóteles Drummond, colunista do DIADivulgação
Por O Dia
Rio - Os governos no Brasil, em todos os níveis, parecem não se importar muito com a imagem do país perante aqueles que nos visitam. As manifestações de descaso, omissão municipal, estadual ou federal são evidentes.

Para ficar no exemplo do Rio de Janeiro, o denominado cartão postal do Brasil, a situação começa nos aeroportos, com frequentes operações da Receita Federal, provocando filas imensas para a entrada no país, assim como as calçadas entregues a angariadores de transporte e até pedintes. Foi-se o tempo em que os aeroportos estavam subordinados ao antigo DAC, que era órgão do Ministério da Aeronáutica, que fazia a gestão dos espaços.

Na saída do aeroporto internacional, a Avenida Brasil abriga a sua cracolândia, com mais de uma centena de usuários-habitantes, em espetáculo chocante, durante as 24 horas do dia. A população de rua entre o centro da cidade e a zona sul, destino dos turistas e homens de negócios, estima-se em dez mil pessoas, em colchões e cobertores espalhados por calçadas. Esta prática é comum em outras cidades, numa irresponsável manifestação de insensibilidade social das autoridades. Mas se a antiga capital sofre, a situação não é muito diferente em Brasília, por exemplo.

A ausência de policiamento visível e atuante, pois muitas vezes acontece o pior, é a autoridade assistir impassível à desordem urbana, que serve de estímulo a uma imprevisível escalada de abandono das cidades. Na Europa, a periferia de muitas capitais e cidades importantes se tornaram enclaves muçulmanos e/ou africanos. Na França, existem bolsões onde nem mais se fala o francês no comércio local, por exemplo.

O fenômeno é mundial, quando não se toma providências. Nos EUA, rico, Detroit atingiu uma situação de degradação que chegou ao conhecimento mundial.

A sociedade e os governos precisam atentar para a urgência de um choque de ordem e civilização em nossas cidades, cuidando desta população excluída, que leva uma vida desumana e denigre a sociedade pela manifestação de indiferença. E, como sempre ocorre, tem protetores desta situação que agem em nome do povo.
Aristóteles Drummond é jornalista