Infelizmente, o Brasil é um dos países que mais promovem o desperdício. Estamos entre os quatro maiores produtores de lixo plástico no mundo. Porém, apenas 1,2% têm o destino correto ou são reaproveitados, segundo pesquisa divulgada pela Ong WWF em 2019. A média global é de 9%. Os dados mostram que somente 145 mil toneladas, de 11,3 milhões, são reaproveitadas.
Enquanto empresas reclamam do aumento dos custos e as pessoas debatem sobre a falta de emprego, o país da fartura de materiais sólidos esquece de ver o quanto é possível ganhar dinheiro com o próprio lixo que produz.
Por exemplo, a coleta seletiva é levada a sério por nações que estão sempre em crescimento econômico, como a Áustria, Alemanha, Bélgica, Holanda e Suíça. Segundo a Agência Europeia do Ambiente, a boa gestão de resíduos sólidos da União Europeia já rende 1% do PIB do bloco.
A coleta é uma prática muito importante. Além de reduzir o impacto ambiental e a diminuição do lixo gerado pelo ser humano, contribui para redução de extração de matéria-prima na natureza e ainda cria empregos e renda para população local.
Esses resíduos, quando separados da maneira correta e reaproveitados, evitam o despejo em lixões e aterros sanitários. Sendo reciclado, o material volta para sua cadeia produtiva virando o mesmo produto ou outro semelhante. Ou seja, quase tudo pode ser reutilizado.
Por exemplo, há empresas que estão criando belos móveis com blister oriundo de sobras industriais. São armários, mesas e cadeiras produzidos por um composto de pvc com alumínio de cartelas de remédio. Algo considerado inútil que ganhou nova função.
Colaborar com a coleta seletiva é uma ação simples que faz a diferença. Deveria ser um hábito como escovar os dentes. Quando você faz a comida, deve separar em seguida o lixo que produz. É possível termos um futuro mais verde e uma relação mais consciente e harmônica com o meio ambiente. É também um resgate com a conexão com a natureza, algo que perdemos com a grande cidade. Precisamos germinar essa ideia.