Temas como violência, agressividade e descaso ao professor diante do seu fazer político, cultural, social e educacional precisam ser discutidos com muita seriedade. Sobretudo, deve-se ter como ponto central a valorização da docência, começando por melhores condições salariais, o direito a formação continuada e assegurar-lhes a proteção legal, visto as violências físicas, psicológicas e simbólicas que vivencia no exercício da docência. Falar sobre esses assuntos corresponde a busca por uma educação emancipadora, em que a escola e a sociedade devem construir diálogos para enfrentar as questões supracitadas.
Algo que me chama atenção quando são trazidas essas temáticas para a escola é pensar o que é agressividade, para além de quem seja o sujeito que comete o ato que denominamos como “agressivo”, ou sinônimo de violência como acontece hoje em dia.
Com base nas ideias de Winnicott, psicanalista inglês, a agressividade é inerente ao ser humano e se faz necessária para a construção da identidade e da subjetividade. Neste processo de desenvolvimento cada sujeito se depara com frustrações, sensações, impulsos que podem levar a atos criativos (como o próprio brincar) ou destrutivos. A agressividade pode ser entendida como uma “força”, “movimento” que nos leva à mudança – que pode ser acolhida, ou não. Até porque, para remetê-la à violência, deve-se observar aos múltiplos contextos sociais e culturais. Frente a isto, indago: será que as escolas acolhem ou excluem a agressividade? O que fazer quando a violência bate nas portas das salas de aulas brasileiras?
Após a identificação da problemática, todos os agentes que compõe a instituição escolar não podem se abster, mas sim agir, por meio de propostas e práticas pedagógicas, projetos que têm por finalidade discutir sobre as regras de convivência com estudantes, professores e toda a comunidade escolar. A aposta se dá na criação de espaços lúdicos com o intermédio de jogos e brincadeiras que ampliem o debate sobre agressividade e violência, pois o brincar é fundamental para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e relacional. Que o diálogo, a empatia, o respeito mútuo, a solidariedade e a cooperação, sejam trazidas à baila para mudanças de atitude frente a violência que chegou a nossas escolas. Que sejamos educadores acolhedores à vida humana.