Hamilton Vasconcellos - Divulgação
Hamilton VasconcellosDivulgação
Por O Dia
Rio - Segundo informações da revista Forbes, para receber uma corrida de Fórmula 1 o país precisa desembolsar cerca de US$33 milhões. Esse valor é pago pelo governo local. O alto custo, porém, é um investimento positivo, em razão dos ganhos serem bem maiores que o valor investido.

Os países fazem fila para receber uma das 20 corridas anuais da Fórmula 1. Isso porque a competição é a série de esporte mais assistida na TV no mundo, com mais de 400 milhões de espectadores.

O Brasil é um organizador histórico das corridas de Fórmula 1, desde o saudoso Autódromo de Jacarépagua, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Atualmente, a etapa brasileira da organização acontece em São Paulo e com números cada vez melhores. Em 2018, a SPTuris estimou que o Grande Prêmio do Brasil atraiu para São Paulo aproximadamente 150 mil turistas de 18 países, gerando um impacto de R$334 milhões e taxas de ocupação próxima a 70% na rede hoteleira paulistana.

O México é um grande exemplo de sucesso de retorno da Fórmula 1 ao país. Em 2015, após 25 anos, a Cidade do México recebeu novamente as “baratinhas”, apelido carinhoso dado aos carros de corrida. Nos três dias de competição foram quase 350 mil espectadores com uma movimentação de US$169,1 milhões na economia mexicana.

A mudança de sede do Grande Prêmio Brasil não é novidade. A primeira edição do evento foi realizado em 11 de fevereiro de 1973. E foi uma festa! São Paulo sediou, então, a primeira vitória de um piloto brasileiro, Emerson Fittipaldi. A vitória de um brasileiro foi fundamental para popularizar o esporte no Brasil.

O Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 sempre variou entre Rio e São Paulo. O Autódromo de Interlagos, em São Paulo, recebeu o evento de 1973 a 1977. Em 1978, uma breve ida para o Rio de Janeiro e retornou no ano seguinte para São Paulo. Em 1980, São Paulo não realizou as obras necessárias no autódromo e não recebeu o evento. De 1980 até 1989, o Autódromo de Jacarepágua, no Rio, recebeu provas históricas da Fórmula 1, com duas vitórias do brasileiro Nelson Piquet. Em 1990, Fórmula 1 retornou para São Paulo, onde permanece até os dias de hoje.

O retorno do Grande Prêmio Brasil para a maravilhosa cidade do Rio de Janeiro aquecerá a economia local sem deixar de privilegiar todo o país. O Rio é o portão de entrada do turismo de lazer e atrai o interesse de turistas estrangeiros de todos os cantos do mundo.

A construção do autódromo custaria R$700 milhões com recursos da iniciativa privada. O retorno anual presumido gira em R$600 milhões de reais.

O Rio de Janeiro está preparado. O aeroporto do Galeão, com uma administração moderna, equipara-se aos grandes aeroportos do mundo sem nenhum problema para receber o “circo” da Fórmula 1. A mobilidade urbana evoluiu e a cidade toda se liga em metrô, VLT, BRT e linhas auxiliares. A oferta hoteleira, mais diversificada e distribuída por toda a cidade, possui aproximadamente 50 mil leitos. O Rio de Janeiro é a destino mais querido na América do Sul e a vitrine do Brasil para o turismo internacional.

O Grande Prêmio Brasil no Rio de Janeiro é a volta mais rápida para a geração de emprego e renda e o retorno do Brasil ao pódio do turismo mundial.
Hamilton Vasconcellos é presidente da Comissão de Turismo da OAB-RJ
Publicidade