Infelizmente, as medidas vão na contramão das recomendações técnicas. Não passam de uma demagogia muito perigosa que mira agradar motoristas, mesmo que suas consequências sejam danosas para pedestres, ciclistas, o meio ambiente, as cidades e até para o trânsito.
Ao contrário do que parece, um afrouxamento das regras não resultará em menos tempo das viagens. Altas velocidades e motoristas mais imprudentes aumentam o número de acidentes. Carros mais rápidos são incapazes de frear a tempo de evitar batidas e acidentes. Não são os limites de velocidade que pioram nosso trânsito e, sim, os acidentes e batidas que fecham pistas e engarrafam vias.
É o que comprova recente estudo do CET-SP sobre a redução dos limites de velocidade em São Paulo, além das experiências mundiais similares. Cidades como Nova Iorque, Londres e Paris já impuseram a diminuição de velocidade em seus perímetros urbanos. O resultado foi o aumento da velocidade média e a queda do número de acidentes.
Além disso, a redução da velocidade máxima diminui a emissão de gases poluentes, que prejudicam a saúde do planeta e dos moradores da cidade.
Porém, a mais grave consequência dessas alterações é o custo em vidas. Na cidade do Rio de Janeiro, há quase mil vítimas anuais de acidentes de trânsito.
No Brasil, apenas nas rodovias federais em 2014, morreram 8.233 pessoas e 26.182 ficaram gravemente feridas. O custo social, entre gastos do SUS e INSS e perda de capacidade de trabalho dos acidentados, foi de R$ 12,8 bilhões. Uma conta cara demais para um país em crise econômica e um custo desnecessário sobre o nosso já precário serviço de saúde pública.
Durante uma reunião da Frente Parlamentar em Defesa da Bicicleta e da Mobilidade Urbana criada por meu mandato, ciclistas demandaram uma diminuição da velocidade máxima na cidade. Para todos que usam a bicicleta cotidianamente, quer os que usam para lazer, os entregadores, os vendedores ambulantes de bicicleta ou a população que usa da bicicleta para chegar ao trabalho, essa diminuição garante um maior acesso à cidade e mais segurança.
Atendendo a esse pedido, meu mandato escreveu o Projeto de Lei 1.251/19, que reduz as velocidades máximas na nossa cidade. Precisamos convencer que reduzir a velocidade melhora o trânsito e salva vidas.