Geraldo Nogueira   - Daniel Castelo Branco / Agência O Dia
Geraldo Nogueira Daniel Castelo Branco / Agência O Dia
Por O Dia
Rio - Educar-se é quando o sujeito encontra em si o desejo de compreender o mundo. É se afinar até ter a capacidade de tocar uma canção de sua própria autoria. Educar é preparar para a vida. É quando o mediador da educação vai além das limitações do educando para resgatar os seus dons. É quando o educador contorna as limitações do educando na busca de seu limite que anseia por nascer, crescer e florescer.

Mas quando falamos de educar uma pessoa com deficiência, com severas limitações, comumente faz-se confusão sobre as definições do que seja limite e limitação. Devemos entender que limites são nossas fronteiras pessoais e limitações são barreiras físicas ou limites que se cristalizaram a ponto de se tornarem barreiras psicológicas. Assim, o limite funciona como uma demarcação que devemos ultrapassar apenas quando estivermos preparados para isso, enquanto as limitações são freios impostos, por um biótipo ou por uma deficiência física, sensorial, intelectual ou mental e, muitas vezes, baseados em críticas e julgamentos gerados por medo ou privações sociais.

Quando a educação esbarra nas limitações do indivíduo e não consegue ultrapassar esse ponto, a falha não está no educando, mas sim no educador cujos limites se sujeitam às limitações de seu aluno, enquanto o limite deste anseia por conhecer e libertar-se. Assim podemos afirmar que o processo educativo é contínuo, respeita os limites internos e temporais, mas contorna limitações externas, podendo estas, serem sazonais ou permanentes.

A filosofia da inclusão defende uma educação eficaz para “todos”, sustentada em que as escolas, enquanto comunidades educativas devem satisfazer as necessidades de todos os alunos, sejam quais forem as suas características pessoais, psicológicas ou sociais, independentemente de ter ou não uma deficiência. Portanto, a educação inclusiva deve ser vista e concebida como uma ação de ensino e aprendizagem com currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização para atender necessidades específicas, tornando-se imprescindível que o educador observe e identifique a existência de barreiras que limitem ou impeçam o estudante de participar ativamente do processo educacional em igualdade de condições.

Geraldo Nogueira é subsecretário da Pessoa com Deficiência no Município do Rio de Janeiro