Orlando Thomé Cordeiro  - Divulgação
Orlando Thomé Cordeiro Divulgação
Por O Dia
Rio - Há 50 anos o primeiro ser humano pousou na Lua e aproveito para contar uma história ocorrida no final da década de 1950, auge da corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética. Um dos desafios era tornar possível aos astronautas fazerem anotações durante as missões, pois sem a força da gravidade as canetas esferográficas ou tinteiros não funcionam. Bem, enquanto a NASA gastou milhões de dólares para desenvolver uma caneta que escrevesse na gravidade zero, os soviéticos resolveram usar lápis. Ou seja, sai na frente quem coloca o foco na solução e não no problema.

As organizações, públicas ou privadas, vivem essa realidade constantemente. A questão que se coloca é como resolver isso, como mudar esse comportamento? Para tanto, é imprescindível que gestores e gestoras estratégicas tenham absoluta compreensão da missão e da visão de futuro de suas organizações. Precisam saber por que razão e para quais objetivos estão ali. Trata-se de não se deixar sucumbir diante de obstáculos impostos pela rotina, compreendendo que a construção dessa visão de futuro é uma atividade cotidiana.

Outra razão para dificuldades desse tipo decorre de mais um desvio de foco. Imagine você chegando em casa depois de um dia de trabalho e, ao abrir a porta, encontrar um copo de vidro quebrado no chão. A primeira coisa que vem à cabeça é: “quem fez isso?”. As pessoas, em geral, quando diante de um problema, procuram, antes de qualquer coisa, identificar de quem é a culpa. Nas organizações não é diferente. Só que, no caso destas, a vantagem é daquelas que, rotineiramente, diante de obstáculos, problemas ou desafios, optam por identificar a solução mais adequada e sintonizada com suas diretrizes estratégicas.

Uma vez um professor contou-me que o aikidô tem por base desviar, desequilibrar e derrubar, usando a força do oponente a seu favor. Nas organizações perde-se um tempo enorme tentando derrubar o obstáculo quando o melhor seria contorna-lo, desperdiçando energia e recursos! Assim, voltando ao exemplo da corrida espacial, no lugar de perguntar “como uma caneta pode funcionar no espaço?” deveria ter sido perguntado “o que eu posso usar para fazer anotações no espaço?”. Podemos aprender a fazer as perguntas certas ou continuar querendo saber de quem é a culpa. A decisão é nossa! 

Orlando Thomé Cordeiro é consultor em Estratégia