O brincar faz parte da vida humana, tanto que as crianças quando brincam, elas criam, imaginam, fazem novas associações, adquirem aprendizagens, aprendem a lidar com suas emoções, até porque o brincar possibilita o conhecer o outro e a si mesmo. Destaco que brincando representamos também a realidade que vivemos ou criamos outros mundos, outros horizontes. Quem nunca brincou de pique-pega? De “polícia” e “ladrão”? Passou horas em uma tarde de domingo jogando “GTA”? Cabe, problematizações entre os jogos, brinquedos, brincadeiras e suas múltiplas representações sociais. No entanto, o brincar deve existir, mas de um modo saudável entre os envolvidos.
Interessante pontuar a repercussão que se dá quando são crianças moradoras da favela quando brincam de armas e usam coletes. E as crianças que moram em bairros nobres?! Que ganham de presente armas de brinquedo - cadê a repulsa? Por outro lado, a insatisfação deve igualmente nos envolver pelo não acesso a mais livros. Pelos projetos de governantes que autorizam a liberação de armamentos. Assim, pela falta de investimento em saúde e educação e seus contingenciamentos, ressalto: inconformado!
Pelos milhares tiros que acertam nossas escolas, casas e moradores de favela, cito: incomodado pela perversidade, até porque quem escreve este texto é um morador de uma área conflagrada, que possui o pior Índice de Desenvolvimento Humano, no Complexo da Pedreira, na favela da Lagartixa, em Costa Barros, por governantes que nada fazem.
Um país se faz com livros e não com armas, cujo o tiro certo deve ser de uma escola que promova a leitura, a arte, a dança, a música, ampliando o repertório social, cultural, cognitivo e afetivo de nossas crianças, formando seres críticos, de modo especial aquelas que moram na favela, em territórios que o poder público não chega. Mais livros, mais lúdico, por favor!