Léo Vieira - Divulgação
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Por O Dia
Rio - Quem nunca soltou pipa quando criança ou correu atrás de uma quando “cortada”? É só fechar os olhos que já sentimos o vento, a leve pressão da linha em seu dedo puxando de um lado para o outro e, quase como mágica, fazemos o movimento com a mão para frente e para trás até debicá-la. Vivemos na era da tecnologia, mas nada supera essa sensação.

Originária da China antiga, há mais de 3.000 anos, a pipa já foi utilizada para fins militares, como dispositivo de sinalização e, acredite, para assustar o inimigo durante a noite, o fazendo acreditar ser a presença de espíritos malignos. Também foi utilizada pela ciência. Primeiro, quando o escocês Alexander Wilson, em 1749, colocou termômetros na linha, medindo a mudança na temperatura de acordo com a altitude; depois, o caso mais conhecido, foi quando Benjamin Franklin, em 1752, mostrou que o raio era um fenômeno elétrico. Com tanta história e utilidade, a pipa está enraizada em nossa cultura como brinquedo que atravessa gerações, passando de avós para filhos, netos...

Além da diversão e do lado cultural, a pipa, que dependendo da região é chamada de cafifa, raia, arraia, pepeta, quadrado, pandorga ou papagaio, tem o seu lado sério. Com mais de 100 mil praticantes da modalidade Pipa Esportiva em todo o estado, ela gera, de forma direta e indireta, emprego e renda para 40 mil pessoas. Trata-se, portanto, de um segmento muito importante para economia que não podemos fechar os olhos. Da mesma forma, devemos estar atentos ao uso descontrolado e inadequado das chamadas linhas chilenas, que podem causar acidentes graves. Assim como os amantes do automobilismo não podem sair em vias públicas dirigindo em alta velocidade, apenas em autódromos, os praticantes da Pipa Esportiva devem ter seu local apropriado e regulamentado, denominados pipódromos.

Visando a segurança de todos, praticantes e não praticantes da modalidade, propus em projeto de lei a regulamentação dos pipódromos, que devem ser campos abertos e afastados de rodovias públicas e redes elétricas, com distância mínima de 1km. Eles destinam-se a realização de encontros, festivais e competições de pipas.

A prática da modalidade com linha esportiva de competição deverá respeitar algumas regras: ser exclusivamente nos pipódromos, por pessoas maiores de idade e, quando menores com idade acima de 16 anos, deverão estar devidamente autorizados pelos pais e/ou responsável, com inscrição na Associação de Pipas Artísticas e Esportivas do Estado do Rio de Janeiro APERJ e/ou Associação Carioca de Pipas Esportivas - ACPE.

Os pipódromos serão administrados por associações de pipeiros devidamente constituídas, legalizadas e reconhecidas pela APERJ (Associação de Pipas Artísticas e Esportivas do Estado do Rio de Janeiro), cabendo ao Poder Público a autorização, fiscalização e manutenção da ordem.

O projeto de lei foi aprovado em primeira discussão na Alerj no dia 17 de setembro e em segunda discussão ontem. Com a conscientização de todos, preservaremos a cultura, a diversão, o esporte, a economia e o principal, a integridade física.
Léo Vieira é deputado Estadual pelo PRTB-RJ