Marcos Espínola - Divulgação
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Por O Dia
 Rio - Os sucessivos episódios de violência, como o confronto entre facções criminosas na Zona Norte do Rio, na semana passada, deflagram certa inquietude de todos os atores envolvidos nessa guerra. As facções criminosas se enfrentam na disputa por pontos de venda de drogas. Grupos milicianos buscam o domínio das comunidades e o governo do Estado tem endurecido e dificultado a vida de todos eles. Afinal, segundo Sun Tzu, autor do clássico “A Arte da Guerra”, se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. A estrada é longa, mas precisamos percorrê-la com inteligência e investindo na educação de base para colhermos novos resultados daqui a alguns anos.

Embora sob muita crítica, o atual comando da segurança pública está se impondo, arcando com o ônus de enfrentar tamanha adversidade, devido a várias décadas de equívocos. Mas, quem quer paz tem que enfrentar a guerra. Hoje temos narcotraficantes terroristas equipados com o que há de mais moderno em termos de armamento. Soldados do tráfico que partiram para o asfalto, praticando a barbárie. Além do tráfico, grupos milicianos têm tomado cada vez mais corpo, travando uma guerra que antes não existia. O modelo da criminalidade se transformou, piorando dia após dia o cotidiano daquele que mais sofre com esse cenário, o cidadão de bem.

Os casos trágicos se sucedem. A menina Ághata é a vítima da vez, indignando a todos nós. O caos está ao nosso lado, o tempo todo. Crianças são atingidas na escola, trabalhadores são obrigados a deixar ônibus que são incendiados, moradores de comunidade vivem no fio da navalha e cada carioca, em qualquer parte da Cidade, está vulnerável e propenso a sofrer um ato de violência. Jornalistas de uma revista de São Paulo que participaram da cobertura do Rock in Rio foram assaltados em pleno Botafogo, Zona Sul do Rio. Não há mais regra, muito menos exceção.

Por isso, a política de segurança pública não pode deixar de mostrar que há um poder constituído. Com inteligência e técnica precisa demonstrar que a força e a razão estão ao lado Estado e que este não se dará por vencido. Não se trata de promover confronto, mas combater a violência. O investimento na polícia e na segurança está no caminho certo e é preciso paciência e apoio por parte da sociedade, pois de negligência já tivemos anos de experiência.

Marcos Espínola é advogado criminalista