André Esteves - Divulgação
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Por O Dia
Rio - Nada é mais solitário que o líder na hora de tomar decisão. Neste momento, apesar de toda a conexão entre líderes e liderados, a responsabilidade recai absolutamente sobre seus ombros. Se a decisão for acertada, gol. Caso contrário, a responsabilidade é toda dele. Nesta hora ele pode se dar conta da insegurança, do despreparo, da falta de atualização e da ausência de competências fundamentais para o exercício da liderança.

Em um contexto de grandes e intensas mudanças organizacionais, provocadas ora por necessidades de atualização a um novo modelo, ora por urgência em adequação orçamentária, o líder se vê entre a cruz e a espada, sem saber o que fazer e como fazer.

Muitos líderes foram alçados a um cargo sem que tivessem o perfil e a preparação adequados para exercê-lo. Ou ainda, sem a capacitação e as habilidades inerentes aos novos desafios. Receberam uma missão --às vezes, precocemente-- e trataram de cumpri-la.

Uma pesquisa recente, ainda não publicada, traz um dado alarmante: mais de 70% dos liderados demitiriam seus líderes. O número é impressionante. As principais causas deste resultado dizem respeito a fatores como: falta de inspiração, deficiência técnica, inabilidade no trato pessoal e dificuldade em lidar com as adversidades. Além do principal: falta de reconhecimento, meritocracia e ausência total de incentivo profissional.

Verdadeiros líderes vão conseguir compatibilizar os objetivos organizacionais com as metas individuais de seu time. Os líderes possuem barreiras a serem suplantadas. O difícil é estabelecer a percepção desses desafios e estar preparado para fazer com que sejam superados. Precisam entender o conceito de que ninguém motiva ninguém. O bom líder cria um ambiente favorável para que as pessoas se motivem. Para que isso ocorra, ele precisa conhecer bem sua equipe, cada vez mais heterogênea e desafiadora. É fundamental entender também o estilo de comunicação de cada um, pois facilita a relação interpessoal.

Outro grande desafio é fazer mais com menos e entender e mapear as prioridades. Isso é um fator crítico de sucesso do líder, pois agiliza a tomada de decisão em um contexto de agilidade e diferencial competitivo.
Muitos líderes sentem medo de serem substituídos por um subordinado que ganha menos e se acomodam. Esse medo só atrapalha e fragiliza. Se um gestor quiser ascender, terá que ser um líder de fato. Só assim terá resultados expressivos e autorais.

Liderar é um exercício que exige autoconhecimento e constante aprimoramento de habilidades e competências. Para obter o máximo de uma equipe em um ambiente de confiança e colaboração, o líder precisa entender como o seu estilo de liderança interfere no desempenho da equipe e na organização.

O verdadeiro líder deve se aprimorar constantemente, buscando conhecimentos de gestão e também capacidades reflexivas. Deve descobrir novos caminhos para vencer os desafios e engajar a equipe, dando a cada um o que realmente o motiva, com confiança, rapidez e consistência nos resultados. O segredo é a capacitação contínua.
André Esteves é professor universitário e secretário executivo do Instituto OndAzul