Por Marcelo Bertolucci*
Ano a ano, o Detran-RJ faz questão de chamar atenção para o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito, celebrado no terceiro domingo de novembro. Uma data em que procuramos dar conforto a quem perdeu uma pessoa querida no trânsito com a realização de um ato ecumênico, reunindo todas as religiões. Não é uma comemoração, claro. Porém, é uma data de apoio, necessária de ser falada, mostrada e ressaltada para que possamos preservar cada vez mais vidas.

E isso não acontece à toa. Afinal, em 2018 seis pessoas por dia perderam suas vidas no Estado do Rio de Janeiro, segundo levantamento do Detran e do Instituto de Segurança Pública (ISP). Na linguagem contábil, o dado revela que ficamos estáveis em relação a 2017. Uma vitória. Mas não há como negar que é um dado triste e alto.

No ato que promovemos, os líderes religiosos tentam dar conforto aos que ficaram. E eles, sobreviventes da tragédia, dão testemunhos da dor que sentem eternamente e da necessidade de se tomar precauções como não falar no celular quando estamos na direção, de usar o cinto segurança e a cadeirinha para as crianças, entre as tantas possibilidades que temos de preservar vidas.

De abril até outubro deste ano, a operação Detran Seguro flagrou mais de 12 mil veículos com irregularidades, a maior parte delas por má conservação. Lendo assim, parece coisa pequena. Mas boa parte disso é de pneus carecas. Ou seja, algo que influencia diretamente na vida ou morte de seus passageiros. Junte essa situação a uma criança que não esteja devidamente presa na sua cadeirinha. São dois fatores apenas, mas que são vitais para protegermos nossos filhos.

Ou pegue este pneu careca e conjugue-o com atender àquela ligação quando está dirigindo. “Afinal, é rapidinho”, você pode pensar. E não é somente você. Segundo o Ministério da Saúde, um a cada cinco motoristas confirmaram que falam ao celular enquanto estão dirigindo. E aí, voltamos novamente à estatística. Em 2018, 1.957 pessoas morreram e 27.520 se feriram em acidentes de trânsito no estado do Rio. Ou seja, em média, 81 pessoas se acidentaram no trânsito por dia. E o risco está em toda parte. No interior foi onde se registrou o maior índice: 14,1 mortes por 100 mil habitantes. Precisamos cuidar uns dos outros. Faça a sua parte.
 
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*Marcelo Bertolucci é presidente do Detran-RJ