Eugênio Cunha - Divulgação
Eugênio CunhaDivulgação
Por Eugênio Cunha*
No mundo contemporâneo, é preciso aliar o trabalho ao uso das tecnologias digitais. Estamos dependentes dessa simbiose. Talvez, o principal motivo seja o fato de que muitas das nossas habilidades para o exercício de uma profissão ficarão ou já ficaram obsoletas com o tempo. Quando iniciamos, por exemplo, uma atividade profissional sempre é exigido de nós algumas competências que podem ficar rapidamente ultrapassadas. Assim, muitas profissões já ficaram para trás. Quem já fez curso de datilografia? Quem ainda encontra com facilidade uma banca de jornal?

A internet criou um espaço pessoal de aprendizagem, onde cada um estabelece quando e como quer aprender. O querer é motor nesse processo. Não é difícil pedir alguém que use o smartphone para buscar uma informação. O difícil é parar de utilizá-lo. Para uma nova geração de aprendentes, estudar na rede é muito mais interessante. É preciso, então, atualizar nossas qualificações para o mundo das tecnologias da inteligência.

As pessoas não só aprendem, mas se qualificam on-line. Um exemplo está nos cursos de Ensino Superior. Nos cursos EaD, a curva de novas matrículas está em ascensão, enquanto na modalidade presencial está em queda. Há uma transformação no mundo do conhecimento e da aprendizagem. Na educação, seis em cada dez alunos dos cursos de formação de professores estudam a distância. A maioria em redes privadas. Entre 2010 e 2017, o crescimento de alunos nessa modalidade de ensino em instituições particulares atingiu 162%.

Esse panorama é resultado de alguns fatores, tais como: há um número expressivo de cursantes que não consegue estudar presencialmente; sair de casa já não é tão barato e nem tão seguro; há faculdades presenciais que ainda utilizam metodologias ultrapassadas e os cursos EaD são mais acessíveis financeiramente.

Há muitas críticas acerca desse tipo de formação para o magistério. Por outro lado, há críticas nos cursos presenciais também, e estes quase não utilizam tecnologia, e pouco preparam os futuros docentes para o uso delas, algo fundamental para atender às demandas atuais da escola. Porém, a especificidade dos cursos EaD baseia-se em plataformas digitais, permitindo que o aluno desenvolva a autonomia e a aprendizagem colaborativa. É uma tendência irreversível: aprenderemos cada vez mais por meio de instrumentações tecnológicas.

*Eugênio Cunha é professor e jornalista.