Durante décadas a imagem da deficiência foi como um “espelho perturbador” à sociedade, incomodando por trazer à tona medos inconscientes, a impotência em reconhecermos nossas próprias deficiências e fragilidades, derrubando falsos conceitos que somos perfeitos, sensações de beleza. E muitos evitavam ficar de fronte delas justamente para não perturbá-los em seus egos fragilizados e inseguranças mais secretas.
Nos anos 1980 colocamos a cara na rua para lutar por nossos direitos e espaço na sociedade. Surgiria o conceito de Inclusão Social, uma grande revolução que abriu as portas de muitas casas de PcD, lançando-as pelas ruas rumo às infinitas possibilidades, atingindo campos e posições até então imagináveis à nossa classe.
Se antes as PcD poderiam ser um “espelho perturbador”, agora na Inclusão nossa imagem passou a se refletir de maneira positiva por temos o poder de adaptações em diversas situações. E a Inclusão nos trouxe vários desafios pessoais. Esse comportamento de superação nasce quando precisamos encontrar caminhos para coisas cotidianas. Com resultados positivos, alimentamos a autoestima indo para passos imagináveis.
Mas nem todas as PcD estão tendo as mesmas oportunidades. Isso envolve questões culturais e pessoais. Existem pessoas humildes em longínquos lugares, desconhecedoras de seus direitos e dos recursos existentes. Vítimas de péssimas políticas governamentais. Pessoas que não foram estimuladas a procurar melhoras, conformando-se com o seu próprio destino como se a vida fosse um fato consumado.