Publicado 18/11/2019 03:00
O Programa de Reflorestamento do Município do Rio de Janeiro, ao longo de seus 33 anos, apresenta números que impressionam. Já são 3,4 mil hectares reflorestados, espalhados em 92 bairros, com a capacitação de 15 mil trabalhadores de comunidades carentes que passaram pela experiência de trabalho no mutirão.
Este é um programa que deve ser visto também além de seus números. Mais abrangente que a tradicional arborização urbana, é um programa concebido e implementado como uma política pública de longo prazo, o que é raro em nosso país.
Foi e continua um programa pioneiro por sua visão a partir dos conceitos de ecologia urbana, tendo em vista seus diversos impactos positivos na qualidade de vida da população e na preservação da biodiversidade, entre outros benefícios.
Os serviços socioambientais prestados pelas florestas urbanas são relevantes e, alguns, já são amplamente conhecidos, como o sequestro de CO2, regulação do microclima, melhora da qualidade do ar e favorecimento do escoamento retardado de chuvas intensas, reduzindo o risco de enchentes.
Outros impactos positivos devem ser reconhecidos, como a proteção de nascentes e áreas de recarga do lençol freático, abrigo e alimentação para a fauna, redução da erosão do solo, contenção de encostas instáveis, redução do assoreamento dos rios e cursos d’água.
Mantendo a visão estratégica que guiou a criação do Programa de Reflorestamento do Município do Rio de Janeiro, a Secretaria de Meio Ambiente inicia a sua ampliação com dois novos subprogramas, a Floresta dos Atletas e a Floresta da Zona Oeste.
A Floresta dos Atletas, compromisso do Comitê Rio-2016 perante o mundo na cerimônia de abertura das olimpíadas, foi viabilizada pela Secretaria de Meio Ambiente da Cidade e já teve o início de seu plantio no Parque Radical, em Deodoro. Contará com mais de 13 mil mudas, de 207 espécies. Dentre elas, 42 possuem algum grau de ameaça de extinção e 92 possuem frutos que atraem a fauna. Algumas espécies são arbóreas e outras arbustivas, possuindo grande variação de porte, o que possibilitará a formação dos diversos estratos e a criação de um futuro pomar de sementes que abastecerá outros projetos de reflorestamentos.
Na mesma área, em terreno adjacente pertencente ao Exército, será plantada a Floresta da Zona Oeste, concebida para formar um extenso corredor ecológico, integrando fragmentos florestais já existentes ao Maciço Gericinó-Mendanha.
Foram 33 anos de trabalho até aqui, mas ainda há muito por fazer, para que a cidade do Rio de Janeiro seja cada vez mais verde e biodiversa. Este é um dos nossos compromissos com o futuro.
*Bernardo Egas é secretário Municipal de Meio Ambiente.
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