De um lado da Praça dos Três Poderes, tínhamos um governo novo, eleito com um discurso de mudança e que não estava disposto a fazer ao Congresso as concessões do passado para formar maioria e governar. Do outro, um parlamento renovado, consciente dos novos tempos e da necessidade de se aprovar reformas sem as quais o Brasil não voltaria a crescer.
Sob a condução responsável do presidente Rodrigo Maia e sua notável capacidade de articulação, a Câmara conseguiu manter o equilíbrio apesar do barulho dos extremos e superou as expectativas da sociedade. Aprovou pautas difíceis, mas que impactarão positivamente a economia, a segurança, a corrupção e a vida das pessoas, como o novo Marco Regulatório do Saneamento Básico, fundamental para o Brasil finalmente adentrar o século 21 com a perspectiva de a população ter água e esgoto tratado em casa – “privilégio” que só chega hoje à metade das casas brasileiras.
Nada foi aprovado na base do rolo compressor, mas sob as prerrogativas de autonomia do Parlamento, cujo papel é ouvir a sociedade, propor mudanças nas propostas do Executivo, quando necessárias, aperfeiçoar os textos, votar, manter ou derrubar vetos.
O Legislativo cumpriu seu papel e, por isso, ele sai mais forte que nunca. Estou feliz de fazer parte deste momento, estar aprendendo tanto e, ao mesmo tempo, podendo contribuir com uma experiência de 31 de vida pública, a maior parte dela exercendo funções no Executivo.
Nesse primeiro ano desta Legislatura, não se ouviu barulho desnecessário partindo do comando do Parlamento. Não houve pautas-bombas sendo detonadas para pressionar ninguém, como no passado. O que se viu foi maturidade. Em vez de muros, foram construídas pontes. Nossa Democracia está forte, apesar de tudo, e devemos reconhecer que parte disso se deve ao papel que a Câmara tem sabido desempenhar frente aos imensos desafios que teve e ainda terá de enfrentar.