Rosangela as Silva Fontana - Divulgação
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Por Rosangela as Silva Fontana*
Estamos acompanhando os noticiários que falam de uma doença respiratória causada por um vírus que está se espalhando a partir da China. Para se precaver é preciso entender a diferença que existe entre ele e a Influenza, que já existe vacinas, e do coronavírus que causa resfriados comuns. Devido ser uma infecção por vírus, não existe antibiótico específico para a doença.

Para a influenza temos vacina que são disponibilizadas nos postos de saúde todos os anos, no outono, que é a estação que começa o vírus a circular com maior intensidade. Como os vírus da Influenza sofrem mutações frequentes, estas vacinas são recriadas a cada ano a partir de amostras coletadas pelo mundo todo, precisando ser administradas nas pessoas anualmente.

Qualquer pessoa pode tomar esta vacina mas ela está particularmente indicada em crianças, gestantes, idosos, asmáticos, pessoas institucionalizadas, profissionais de saúde e pessoas que portam condições que reduzem a imunidade.

O vírus que está causando infecções respiratórias na China é outro, diferente daqueles Coronavírus que causam resfriados comuns em humanos. Este Coronavírus é causa habitual de infecções em animais e apenas eventualmente passam para algum ser humano e este humano não é capaz de transmitir a infecção para outro. Para que ele seja capaz de se transmitir de pessoa para pessoa é preciso que ele sofra uma mutação.

Pois bem, este novo Coronavírus sofreu a mutação que permite transmissão de um ser humano para outro. E como o nosso sistema imune não está habituado a este vírus, a infecção que ele causa pode ser muito mais grave que um resfriado com o qual já sabemos lidar. O risco de vida está muito relacionado com complicações de doenças já preexistentes. Alguns casos poderão ser identificados no Brasil, importados da China ou de algum dos vários países que já contabilizaram casos.

O carnaval é uma preocupação, quando o Brasil receberá milhões de turistas estrangeiros. As precauções que devemos tomar para não adquirir o Coronavírus é a mesma que para outros tipos de resfriados que são evitar aglomerados, principalmente em locais fechados - os orientais usam máscaras N95 nessas situações, mas esse hábito não é comum entre os brasileiros - lavar as mãos, se possível aplicando álcool gel a 70% após. Importante também evitar levar as mãos aos olhos, nariz e boca sem higienizar antes. Isto é particularmente importante ao lidar com um indivíduo sintomático, pois o gesto é automático e difícil de ser contido. Na dúvida, vale o alerta de lavar as mãos com frequência.

*Rosangela as Silva Fontana é infectologista da Clinica Neurovida