Aristóteles Drummond, colunista do DIA - Divulgação
Aristóteles Drummond, colunista do DIADivulgação
Por Aristóteles Drummond*
Desta vez, que estamos só nas aflições de uma grande crise, o drama é mundial, atinge a todos os países e a todas as classes sociais. Os problemas são os mesmos, no que toca a busca de respiradores, máscaras, luvas, reagentes para exames. E o mais grave: a falta de uma orientação sobre medicação e a demora natural da vacina que vai resolver de vez.

O lado econômico, com desemprego, quebra de milhões de pequenos e grandes negócios pelo mundo afora, também atinge a todos ao mesmo tempo. Alguns setores, como aviação, hotelaria e restauração, sofrem
mais e ameaçam parcela significativa da mão de obra mundial. Não se sabe quanto tempo vai durar esta situação.

Assim é que, em todo mundo, e no Brasil não teria por que ser diferente, se busca uma forma de flexibilizar a perda das atividades econômicas. Talvez a solução seja mesmo a aventada pelo presidente Bolsonaro, de somar o que ele pensa e o que pensava o então ministro Mandetta e dividir por dois. A velha tese de que a solução está no meio termo.

Alguns governadores estão testando fórmulas, especialmente as voltadas para o interior, onde a incidência do vírus tem sido, até aqui, menor.

O Itamaraty poderia emitir um boletim diário para o governo, copilando a imprensa dos principais países que informam o que se passa e o que se debate assim como o evoluir das posturas oficiais. Seria uma base para avaliação diária do que fazer por aqui.

Lamentavelmente, o Congresso brasileiro não se apercebeu da dimensão da crise e seus reflexos graves no dia seguinte em nossa economia. É muito triste para os que acreditam na democracia representativa, que
temos, verificar o esforço oficial em promover gastos para um mínimo atendimento aos menos favorecidos, em números impressionantes em relação ao nosso PIB e ver o Congresso promover emendas que oneram
mais ainda o Tesouro e de forma efetivamente equivocada.

O presidente percebe bem a situação, mas reage mal e, mesmo com razão, perde a batalha da comunicação. E da política, na qual se ressente da falta de articulação.

O comportamento de todos os atores tem deixado a desejar. E a presença militar nos altos escalões do governo tem sido fundamental para que as coisas não fiquem agravadas. Mais uma vez, a Nação como um todo tem motivos de admiração e respeito pelos homens forjados no exemplo de notáveis de nossa história, como seus patronos, Caxias, Tamandaré e Eduardo Gomes.

Vamos dar mais atenção ao mundial e não apenas ao paroquial!
*Aristóteles Drummond é jornalista