OPINA12JUN - ARTE O DIA
OPINA12JUNARTE O DIA
Por Hamilton Vasconcellos*
A mesma ideia martela, hoje, o pensamento dos profissionais de turismo em todo o mundo. É preciso preparar o segmento para atuar após a pandemia. Estão todos correndo e trabalhando em iniciativas até parecidas. Ocorre que independente das regionalidades o vírus impôs limites bastante semelhantes para todos. Alguns já consideram a batalha contra o coronavírus vencida, estão aplicando suas propostas e encontrando seus resultados.

No Brasil e no Rio muito se tem discutido sobre a retomada do turismo. A aposta é pelos deslocamentos regionais, em automóveis. Vale tanto para os próprios fluminenses quanto para “vizinhos” de Minas, São Paulo, Espírito Santo e até aventureiros de terras mais distantes.
Entretanto, se essa é a nossa proposta, se esse é o nosso caminho, com certeza muito há para se verificar. Independente das novas condições estabelecidas pelo vírus para que a hospedagem se realize, que as visitas aos museus e parques se efetuem, que as atrações sejam conhecidas, que as praias, cachoeiras e florestas sejam desfrutadas, precisamos nos perguntar: como estão nossas estradas? Há sinalização em nossas vias? Os pontos turísticos estão bem sinalizados?

O Rio possui muito do que os especialistas apresentam como desejo e necessidade desse novo viajante pós-pandemia. Variadas atrações turísticas em espaços abertos e opções que atendam a diversos gostos e segmentos. Assim, se o turista deseja serra, mar, arquitetura histórica, aventura, trilha ou passeio tranquilo, isto não é problema para o nosso turismo, pois possuímos de sobra.

A iniciativa privada, através dos Conventions Bureaux, vem intensamente discutindo como conduzir a retomada. Várias ações estão sendo planejadas conforme a oferta e realidade de cada destino. No entanto, como ficará este planejamento e o investimento realizado se a sinalização dos destinos e pontos turísticos for falha? Como receberemos viajantes se as estradas não estiverem em boas condições? Preparar os caminhos é um trabalho que vai além das possibilidades dos Conventions e da iniciativa privada. São perguntas simples, porém, que carregam um longo histórico de falhas. Hoje, mais do que nunca, é preciso atentar para o problema.

Investir em tecnologia também será muito importante. Devemos aperfeiçoar os aplicativos que existem e criar novos. Temos que oferecer mais do que sistemas de localização e direcionamento. Necessitamos colocar na palma da mão de nosso turista, em seu celular, o mapa de um tesouro, para que ele brinque, divirta-se, aventure-se e viaje por nossas terras, sem risco de se perder e acabar em outras bandas.
O turismo é uma grande vocação do Rio de Janeiro e uma atividade fundamental para a retomada da economia fluminense neste pós-pandemia. O setor é forte gerador de emprego e renda e movimenta uma enorme cadeia de consumo, atingindo diversos outros setores. Deste modo, mais do que reuniões e planejamento no papel, precisaremos de iniciativas.

*Hamilton Vasconcellos é presidente da Comissão de Turismo da OAB-RJ