Suposto considerar que poderia fazer deslocamentos mais objetivos, ligados as suas funções de chefe do Governo. Por exemplo, visitar as estradas que avançam pelo país, especialmente as na Amazônia, como o trecho recém-inaugurado em Novo Repartimento, no Pará, de 32 km. Conferir a fabricação dos respiradores em Santa Catarina, pela WEG, que é uma empresa nacional de presença mundial, ou aparecer de surpresa com a equipe do Ministério da Saúde e da Controladoria Geral da União a um destes hospitais de campanha, caríssimos, sem uso e sem equipamentos nos estados. A mídia, da qual ele tanto reclama, não teria como não divulgar esta agenda positiva.
Foi noticiado que o Brasil faria uma doação de 50 respiradores ao Paraguai. Bolsonaro poderia ir no avião, levando a doação. Afinal, é pouco o tempo de voo de Brasília a Assunção. Ia, entregava ao presidente de lá e ainda almoçava no Alvorada.
O jogo foi abolido no Brasil por decreto. Ele poderia simplesmente revogá-lo e, assim, poderiam ser reabertos cassinos onde existissem naquela data. O mesmo com os bingos. Seriam mais de cem mil empregos com a Bic presidencial. E o Congresso certamente não iria se desgastar por atrapalhar, nem o Judiciário. Aliás, o Congresso poderia aprovar, pois tem arquivado projeto do então deputado Aloysio Teixeira, do setor do turismo, que simplesmente propunha a revogação do infeliz decreto.
Um pacote de “bondades”, realista e justo poderia isentar de impostos federais, referentes ao presente ano, as livrarias, editoras, cinemas e teatros, e fixar aos bancos oficiais a rolagem da dívida, com juros de 6%, ao ano. Inclusive por muitos não terem mesmo como pagar. E assim atenderia a uma área em que a oposição concentra críticas, sem nenhuma razão, pois cultura deveria independer de gestão pública. Apenas um socorro em situação anormal, como a que vivemos, com prazo determinado.
Criatividade do setor privado que anda faltando ao governo, apesar da boa cabeça da turma da Economia. A presidente da Associação Comercial do Rio, Ângela Costa, por exemplo, que não é líder classista profissional, mas vitoriosa e atuante empresária, coordenou uma renegociação dos empréstimos das empresas industriais, comerciais e até agrícolas do Rio com o Banco do Brasil e foi pessoalmente ao interior do Estado acompanhar os acordos. A ACRJ não recebe verbas oficiais, mas colabora com o país e mostra que a representação classista independe de recursos e dispensa a militância profissional, cartorial. Um exemplo concreto de que vontade política e trabalho de equipe funcionam.
A reunião do Conselho de Estado na semana passado foi impecável. Objetiva, sem palavrões e sem ataques. Como deve de ser. Que prossiga assim.
O presidente eleito, em verdadeira revolução pelo voto, poderia mudar de agenda. Mudaria de imagem para melhor. Não deixaria por isso de ser o homem simples e sensível aos problemas dos brasileiros mais sofridos. Usar mais adjetivos a favor do que contra.