Publicado 20/06/2020 03:00
Em tempos da pandemia pelo coronavírus, a foto da menina Júlia, 9, aluna de um CIEP, em um sinal, da cidade do Rio de Janeiro, segurando um papelão com os dizeres: “Troco uma máscara por um alimento” viralizou nas redes sociais. Sem aula por causa da quarentena, a cena comovente me trouxe à lembrança de que esse projeto de educação, criado pelo professor Darcy Ribeiro, saído da prancheta do arquiteto Oscar Niemeyer e construído pelo governador Leonel Brizola, foi criado há 35 anos.
Recentemente, apresentei um projeto de Lei para que os estudantes do estado do Rio Grande do Sul, recebessem Wifi e aulas através da TV pública durante a quarentena. As nossas escolas estaduais, despreparadas, dependem de cada professor, que estão com os salários parcelados. Tem muito professor endividado, deprimido, e sem condições de resolver um problema que é do sistema público. E muitos alunos não têm celular e nem internet. Em uma situação dessa, de extrema necessidade, poderia ser firmadas parcerias público / privada, as operadoras liberariam o Wifi e empresas doariam aparelhos para ajudar as escolas. Pode parecer utopia.
Mas mirem-se no exemplo de Leonel Brizola, que acreditava no poder de transformação social pela educação. Quando prefeito de Porto Alegre e governador do RS, nos anos 1950, construiu 6.300 escolas. No Rio, construiu 500 CIEPs, e por isso foi muito criticado de que os custos dessas escolas eram elevados. Mas ele não desistia: “Cara, é a ignorância”, dizia.
Portanto se sucessivos governos não tivessem abandonado os Cieps, poderíamos ter salvado crianças da marginalidade e formado professores, cientistas. Talvez, a franzina Julia - um símbolo da nossa educação sucateada -, estivesse recebendo suas refeições e um ensino remoto de qualidade, pois esse era o sonho que o meu avô, Leonel, gostaria de ter deixado para todas as crianças do Brasil.
*Juliana Brizola é deputada, líder do PDT, na Alers (Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul)
Recentemente, apresentei um projeto de Lei para que os estudantes do estado do Rio Grande do Sul, recebessem Wifi e aulas através da TV pública durante a quarentena. As nossas escolas estaduais, despreparadas, dependem de cada professor, que estão com os salários parcelados. Tem muito professor endividado, deprimido, e sem condições de resolver um problema que é do sistema público. E muitos alunos não têm celular e nem internet. Em uma situação dessa, de extrema necessidade, poderia ser firmadas parcerias público / privada, as operadoras liberariam o Wifi e empresas doariam aparelhos para ajudar as escolas. Pode parecer utopia.
Mas mirem-se no exemplo de Leonel Brizola, que acreditava no poder de transformação social pela educação. Quando prefeito de Porto Alegre e governador do RS, nos anos 1950, construiu 6.300 escolas. No Rio, construiu 500 CIEPs, e por isso foi muito criticado de que os custos dessas escolas eram elevados. Mas ele não desistia: “Cara, é a ignorância”, dizia.
Portanto se sucessivos governos não tivessem abandonado os Cieps, poderíamos ter salvado crianças da marginalidade e formado professores, cientistas. Talvez, a franzina Julia - um símbolo da nossa educação sucateada -, estivesse recebendo suas refeições e um ensino remoto de qualidade, pois esse era o sonho que o meu avô, Leonel, gostaria de ter deixado para todas as crianças do Brasil.
*Juliana Brizola é deputada, líder do PDT, na Alers (Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul)
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