Armed Nemr - Divulgação
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Por Armed Nemr*
A saúde precisa de respiradores. A economia precisa de respiradores. O carioca precisa de respiradores.
Estamos sufocados: empresários, comerciantes, prestadores de serviços, profissionais liberais, empregados, ambulantes, autônomos, desempregados, todos precisamos de respiradores.
Parte da doença se encontra no imobilismo dos governos, em todos os níveis: federal, estadual e municipal. O Estado arrecada, com impostos e bitributação, mais de 50% sobre o consumo. Trabalhamos seis meses por ano para sustentar nosso sócio majoritário, o governo. E quando chega a hora, pandêmica, dele investir salvando a parte mais fraca da sociedade, sejam os pequenos empresários, sejam as parcelas mais vulneráveis da população, o Estado age como o paquiderme que é: lento, pesado, inerte.
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Auxílios emergenciais e crédito não chegam. Quando chegam, vêm cheio de exigências burocráticas impossíveis de cumprir, ou filas de bancos imensas em suas portas, onde o cidadão perde horas e coloca sua vida em risco, em aglomerações desnecessárias.
O resultado disso é grave em todo país, mas no Rio, com o governo do estado e a prefeitura quebrados por má administração, o resultado é de uma penúria ainda mais revoltante. No segmento em que trabalho e estive representante de classe, como diretor do Sindicato de Bares e Restaurantes (SindiRio), cerca 10% dos estabelecimentos fecharam.
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Do crédito ofertado - que não é nenhum favor, senão socorro à manutenção dos empregos - apenas 17% dos que tentaram conseguiram obter recurso. É uma falácia acreditar que basta mudar para o delivery, e a greve dos entregadores foi apenas uma demonstração dessa distorção.
O setor de bases e restaurantes representa mais de 10 mil estabelecimentos na cidade e cerca de 110 mil empregos diretos, além de movimentar R$ 9 bilhões na economia, sendo um dos maiores empregadores de jovens até 24 anos. Durante a pandemia, 23 mil postos de trabalho foram fechados. Ainda não temos ideia de como será a retomada, mas é consenso de que ela será tão difícil ou mais do que abrir um novo negócio.
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Enquanto soluções de médio e longo prazo não vêm, faz-se urgente, urgentíssimo, o socorro emergencial a pequenas empresas que são responsáveis por 72% dos empregos no país, e para os cidadãos que estão enfrentando essa pandemia heroicamente, enquanto veem seus parentes e amigos morrerem contaminados.
Dizem que quando uma pessoa está se afogando, quem tentar salvá-la corre o risco de receber o "abraço do afogado" que traz riscos de matar também quem tenta ajudar. O que não se percebeu é que o grande afogado nessa tragédia é o Estado brasileiro, seu modelo ultrapassado, é ele quem está nos sufocando, para além do vírus, com sua inépcia, e nos matando. Nós, sociedade, sempre sobrevivemos apesar dele. Mas está ficando cada vez mais difícil.
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Precisamos de ar!
*Armed Nemr é vice-presidente do Cadeg e empresário