A pandemia vem agravar esse quadro. As pessoas estão fazendo menos atividades físicas e comendo mais. Estão mais ansiosas, e consequentemente, com a pressão arterial alterada. Os riscos de uma pressão descontrolada são muitos e um dos mais graves é o AVC.
O AVC é uma alteração do fluxo sanguíneo dentro do cérebro. Em torno de 15% dos casos ocorrem por extravasamento de sangue em alguma região do cérebro, provocando um coágulo, esse é o AVC hemorrágico. Os outros 85% acontecem por falta de sangue em alguma região do cérebro, provocando o AVC Isquêmico. O socorro imediato pode reduzir ou atenuar as seqüelas - até 4h30min após o início dos sintomas o paciente tem 30% mais de chances de obter bons resultados - que caso aconteçam serão tratadas com fisioterapia, sessões de terapia da fala e sessões de estimulação cognitiva. A cada minuto sem tratamento 1,9 milhão de neurônios são perdidos.
Embora a maioria dos acidentes vasculares ocorra nas pessoas com mais de 65 anos (o risco é 30 a 50 por mil nesta faixa etária), hoje existe um aumento abrupto dos casos de AVC entre pessoas na casa dos 35 e 55 anos. As vítimas jovens de derrame se beneficiam mais do tratamento imediato. É importante que se conheça os sintomas iniciais que são perda súbita de força e formigamento no rosto, braço ou perna de um lado do corpo; dificuldade de falar; perda de visão repentina em um os nos dois olhos; dor de cabeça e sem causa aparente e vertigem ou dificuldade de caminhar.
O AVC atinge mais o sexo masculino e está crescendo entre as mulheres, principalmente no período da menopausa. Uma pessoa que fuma tem 50% a mais de chance de ter um AVC, tanto o hemorrágico como o isquêmico. Uma pessoa que já teve AVC tem grandes chances de desenvolver outro. É muito importante descobrir a causa do primeiro para prevenir o segundo, que na maioria dos casos, possui sequelas mais graves.
*Andre Gustavo Lima é neurologista, membro da Academia Brasileira de Neurologia e diretor da Neurovida