A data faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares – situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na Região Nordeste do Brasil. Para nós, homens e mulheres negras, um símbolo de resistência contra todo o jugo colonial. Mas, será que todos os motivos que circundam tais comemoração só podem acontecer no mês de novembro?
Bom, se você for minimamente uma pessoa engajada na luta pela garantia dos direitos das ditas “minorias representativas” sabe que a resposta é NÃO. Tais comemorações não deveriam ficar circunscritas apenas no mês de novembro. Porém, precisamos salientar e compreender que a sociedade brasileira vive, até os tempos atuais, da glorificação de um passado escravista e não esboça nenhum tipo de “simpatia” pelas transformações, inclusões e reavaliações de modelos de modos de vida.
E é fato que desde a abolição do trabalho escravo, o Brasil tentou, e ainda tenta exaustivamente, apagar de suas narrativas históricas oficiais o seu passado escravocrata! Destarte, em “Memórias da Plantação” Grada Kilomba (2020: 13) pontua que só é “Só quando se reconfiguram as estruturas de poder é que as muitas identidades marginalizadas podem também, finalmente, reconfigurar a noção de conhecimento”, tomando essa ideia como um ponto focal para a compreensão do racismo no Brasil endosso-a e assinalando que para além das reconfigurações das estruturas também precisamos reconfigurar as pessoas que a gestão das estruturas sociais políticas e econômica.