Alan Pereira  - Divulgação
Alan Pereira Divulgação
Por Alan Pereira*
O título desse texto é parte de uma bela canção da MPB super atual para o momento. Afinal, ela diz “...da força mais bruta, da noite que assusta...estamos na luta...pra sobreviver”. E é isso que o planeta vivencia há quase um ano. O desafio de enfrentar um inimigo invisível que, só no Brasil, já matou mais de 200 mil pessoas. E por aqui a luta é ainda mais difícil, seja pela necessidade que muitas pessoas têm de ir para a rua, a falta de consciência de muitos e o negacionismo do alto comando que não só retardou iniciativas para o enfrentamento da pandemia, como ainda anda com passos lentos na construção de um plano de vacinação.

Não há culpados pela pandemia. Trata-se de um vírus tão traiçoeiro e, mesmo que muitos acreditem na teoria da conspiração, na qual se acusa os chineses de o “fabricarem”, até que isso seja provado (se for o caso), o fato é que o vírus está aí, tirando vidas.

Com essa nova onda no Brasil, mais uma vez estamos nos deparando com a falta de preparo dos nossos governantes. Hospitais de campanha foram desativados, mesmo sabendo-se da possível segunda e terceira onda. Leitos desativados e falta de profissionais. Em muitas cidades não há uma restrição mais rigorosa sob o argumento de que a economia precisa seguir. Mas é preciso respeito, consciência e o cuidado com os cidadãos em geral.

Tão atrasados, somos capazes de politizar a questão. Muitos veem na pandemia a oportunidade de se projetar, visando o poder e as eleições, uma amostra do quão retrógrada e despreparada é a nossa classe política. Sequer temos um controle preciso das vítimas, sendo necessário a imprensa fazer esse acompanhamento quando os órgãos competentes é que teriam o dever de, com transparência, manter a população informada.

No início de um novo ano deveríamos renovar a esperança, mas antes a nossa missão é sobreviver, torcendo para uma maior conscientização de todas as esferas públicas. Precisamos contar que haja bom senso para avançarmos na vacinação que as disputas fiquem de lado, pois nada se compara a vida humana.

Mais uma vez, recorrendo a canção ” ...que nossa esperança seja mais que vingança; seja sempre um caminho que se deixa de herança...”. Tudo passa e que seja o quanto antes. Que o legado dessa pandemia de alguma forma seja de maior consciência e maturidade da nossa sociedade, no qual o povo é soberano e precisa muito mais do que apenas sobreviver.

*É jornalista e empresário