Opina 25 janeiroArte Paulo Márcio
Por Aristóteles Drummond*
Publicado 25/01/2021 03:00
Vassouras vive, neste século XXI, um grande momento. A cidade foi referência na história do café no Brasil-Império, região conhecida pelos seus barões, que construíram ao longo do século IXX dezenas de fazendas de grande valor arquitetônico, histórico, artístico, a par da principal produção nacional do café e centro financeiro.
Hoje, é atração turística singular no Brasil, pelo conjunto que se espalha por municípios como Valença, Rio das Flores, Piraí e Barra do Piraí, entre outros. E, em breve, verá a consolidação como centro do Vale do Paraíba fluminense no turismo histórico, educacional e cultural, que vem se juntar ao seu bom clima, preservação ambiental, hospedagem e gastronomia.
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Depois das marcantes ações efetivamente beneméritas, como o legado de sua ilustre filha Eufrásia Teixeira Leite, que legou à cidade boa parte de sua fortuna espalhada pelo mundo, falecida em 1930, que incluía alguns dos imóveis de referência da cidade, na segunda metade do século XX, foi abençoava pelo amor de um dos grandes brasileiros da sua época, o general Severino Sombra.
Intelectual, político, pensador e educador, ele fundou a Universidade Severino Sombra, hoje Universidade de Vassouras, com grande variedade de cursos de graduação e pós graduação, muitos em convênio com a UFRJ, sendo destaque seu curso de Medicina e o hospital universitário.
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Nas duas últimas décadas, Vassouras e o Vale do Paraíba tiveram a ventura de receber substancial ajuda de filhos ilustres da região, como a Casa Cazuza, filho e neto de vassourenses, e os exemplares institutos São Fernando e o Cultural de Vassouras, ambos frutos do mecenato, espírito público e grandeza do empresário e ex-deputado Ronaldo Cezar Coelho.
O Instituto São Fernando, constituído a partir da fazenda homônima, uma das primeiras a ser restaurada na região, é voltado para atividades culturais e de ensino, para a geração de mão de obra qualificada na região. E o Instituto Cultural, para valorizar a região recuperando monumentos, como é o caso do conjunto Barão do Amparo, cuja restauração deve custar à instituição mais de R$ 20 milhões. A entidade está implantando um bosque que levará o nome da benfeitora Eufrásia Teixeira Leite.
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Deve-se registrar que o início desta arrancada se deu no final dos anos 1980, com a criação do Preservale, pelo advogado e ruralista na região Délio Mattos, cuja obra vem sendo seguida pela dedicação de sua filha Sonia, enquanto o filho, que carrega seu nome, cuida da preciosa propriedade que está no município vizinho de Valença.
Nunca é demais lembrar os personagens ligados à região pela via de propriedades como os médicos Mário Kroeff, Guilherme Romano, os empresários Horácio de Carvalho, Marcos Vieira de Cunha, o benemérito casal Liliane Rodriguez e Nestor Rocha, da Fazenda São Luiz e do Preservale, e Oswaldo Aranha, em Volta Redonda.
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E é bom ressaltar ainda que a cidade foi residência por décadas do chefe da Casa Imperial Brasileira, D. Pedro Henrique de Orleans e Bragança, ali enterrado, cuja propriedade pertence atualmente a seu filho Alberto, que anualmente reúne ali toda a Família Imperial.
Os exemplos de Eufrásia, Severino Sombra, Ronaldo Cezar, Délio, Lúcia Araújo (mãe de Cazuza) deveriam servir de estímulo a que outras cidades, naquela e em outras regiões, sejam contempladas com o amor e o idealismo de seus filhos ilustres, por nascimento ou adoção. Visitar o Vale é cultura.
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*É jornalista
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