Publicado 01/03/2021 03:00
Aqueles que deveriam ser os homens mais responsáveis do país, com responsabilidades ainda maiores diante desta pandemia que a todos afeta, na ameaça à saúde, à Economia, ao emprego, à paz social, vivem em outro mundo que não o real. Como todos são funcionários públicos, ou donos de mandatos nos legislativos, não percebem a dimensão das dificuldades crescentes que o Brasil vive, de Norte a Sul, de Leste a Oeste, dos menos favorecidos aos mais ricos. Exceto, claro, os marajás da área pública, como é o caso do Judiciário.
A sociedade, perplexa e desorientada, nem sempre bem-informada e de bom senso, se deixa levar por pensamentos e ações radicais, frequentemente transmitindo sentimentos menores, como ódios, preconceitos, prejulgamentos. Querem acabar de qualquer maneira com a cordialidade que marcou a formação de nosso povo, na igualdade racial, religiosa. A desigualdade na Economia é grande, tanto quanto à responsabilidade do povo que vota equivocado e dos eleitos, que nunca promoveram a prioridade na Educação e formação profissional, único meio de vencer os baixos salários, que são decorrência do despreparo e da baixa produtividade entre nós.
Mas os ativistas acham que o dinheiro cai do céu ou que o empresariado tem ainda como piorar para sustentar essa máquina pesada, cara, injusta e ineficiente. Neste momento, a pauta nacional deveria se ater à luta pelas vacinas, que andam escassas, e à votação das reformas, para que tenhamos um mínimo de chance de nos recuperar do baque econômico, gerador de uma dívida que vai travar o investimento púbico por muitos anos. Mas sobrevivem as resistências à atração do capital externo e da poupança interna. A inoportuna troca de comando na Petrobras foi o desastre da semana nos mercados.
A mídia, em geral – inclusive a digital, que permite acesso ao noticiário –, fez da sociedade mais informada e com maior percepção do drama que vivemos. Percebe-se a revolta contra o desvio de conduta de todos. Uma leitura rápida dos jornais mostra que a pauta nacional está voltada para as bobagens que um desqualificado parlamentar andou falando para um público insignificante, como se fosse questão do mais alto interesse nacional.
A segunda preocupação é com o novo auxílio emergencial, que tem nobre inspiração, mas que vai agravar o endividamento público, ameaçar a estabilidade e que poderia ser algo em menos tempo, uma vez que, em se querendo, as vacinas viriam, incluindo o setor privado, fundamental para a imunização que pode deter o vírus. No mais, este martelar monótono de críticas a um governo que, gostem ou não dele, está trabalhando bem e com poucos recursos. O caso do leite condensado é emblemático, pois as quantidades são as mesmas há anos e justificadas, mas foi tema de destaque há algumas semanas.
O povo está atento. Mas sofre. Perigo para a democracia não são as palavras dos bobocas, como o infeliz deputado, mas sim essa exibição de insensibilidade e irresponsabilidade dos que travam os avanços na luta pelo crescimento e pela imunização.
E criam crises. Vamos pressionar!
E criam crises. Vamos pressionar!
*É jornalista
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