Myrian Lund, economista e professora dos MBAs da Fundação Getulio VargasDivulgação
Por Myrian Lund*
Publicado 30/06/2021 05:50
A baixa acentuada do nível de água nos reservatórios, por falta de chuvas, impactou o fornecimento de energia via hidrelétricas, tendo o país que apelar para as termelétricas, fonte mais cara de energia, principalmente no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, onde a escassez está sendo mais severa, com repercussão sobre o preço da energia elétrica mediante o acionamento de bandeiras tarifárias.
Essas bandeiras interferem no nosso orçamento familiar em decorrência do aumento da conta de luz. Além desse, outros aumentos estão impactando nossas contas, como preço dos alimentos, combustível, material de construção, gás de cozinha, entre outros.
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Com tanto aumento, a inflação no Brasil medida pelo IPCA está em 8,06% ao ano quando a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,75%, com uma margem para chegar a 5,25%aa. Como a inflação está bem acima do limite, o Banco Central iniciou um processo de aumento da taxa de juros nas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária).
A expectativa é de a taxa de juros Selic (meta) chegar em dezembro/2021 a 6,5% e a inflação fechar o ano em torno de 6%. Vamos torcer para a inflação ceder com o aumento da taxa Selic. Bom para a Economia e bom para o nosso bolso.

Qual o aprendizado que extraímos para nossa vida financeira? No momento de vacas gordas precisamos nos planejar, usar o dinheiro para fazer uma reserva e para investimentos para o futuro: compra de um apartamento, formação de uma aposentadoria, ou seja, construir ativos. Ativos são bens e direitos que você constitui durante a sua vida: bens imóveis, aplicações financeiras, terrenos, entre outros.
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No decorrer da vida tem fatores que são imprevisíveis, não esperados, e que precisamos estar preparados. Por isso buscamos planos de saúde, seguros de vida, seguro do automóvel, seguro do imóvel, seguro funeral, que são usados em caso de necessidade. Aliás, torcemos para não precisar usar, mas se necessário, os seguros são sempre muito benvindos.
É necessário incluir neste rol a reserva de emergência, uma reserva que você vai fazer progressivamente, na poupança ou no CDB (Banco) ou no RDC (Cooperativa de Crédito), sempre com direito a liquidez diária (usar a qualquer momento).
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Como fazer uma reserva de emergência?
1)Aplique todo dinheiro que conseguir economizar no dia a dia, seja R$ 5,00, R$ 10,00 ou qualquer outro valor.
2)Resgate o velho cofrinho para guardar as moedas e, posteriormente, converter em aplicação.
3)Estabeleça um valor, por exemplo R$ 100 ou um percentual, 10% do valor do seu salário e/ou das entradas de recursos e coloque numa aplicação. Este é um presente que você se dará todos os meses e garanto que vai te trazer uma felicidade que você não imaginava.
4)Defina metas para a reserva de emergência: ter guardado um mês do seu gasto mensal, depois vai ampliando até chegar a seis meses do gasto mensal. Exemplo: se você gasta R$ 5 mil/mês, a reserva de emergência deve ser de R$ 30 mil (6 x R$ 5 mil). Comece com o que é possível, mesmo que seja R$ 1.
5)Comece hoje! Não deixe o viés da procrastinação (“Começo semana que vem”) te picar.
*É economista e professora dos MBAs da Fundação Getulio Vargas

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