Fernando Schneider, Diretor Superintendente da APSADivulgação
Por Fernando Schneider
Publicado 07/07/2021 03:00
Com as mudanças provocadas pela pandemia, entre elas a possibilidade de trabalhar em casa, fica fácil visualizar o renascimento que o Centro do Rio de Janeiro pode viver para vir ao encontro do desejo das pessoas por moradias maiores. O projeto Reviver Centro, liderado pela Prefeitura do Rio de Janeiro com apoio de diversos setores da sociedade, é urgente e muito bem-vindo. Nenhuma cidade no Brasil tem um Centro como o do Rio.

Primeiro, pelas facilidades logísticas. Ali se tem acesso a VLT, barca, aeroporto nacional, ônibus intermunicipal e estadual, metrô, ponte Rio-Niterói, túneis ligando as saídas da cidade. E muito rapidamente se chega à Zona Sul ou Zona Norte. A Avenida Beira Mar, por exemplo, já foi toda de prédios residenciais, com aquela vista lindíssima da baía. E completando as facilidades, é o bairro com um perfil histórico inigualável, com suas centenas de construções antigas. O Centro é a nossa identidade, nossa história, palco de muitos acontecimentos importantes para o Brasil.

E é nisso que o Rio precisa apostar. Na valorização da sua cultura, do turismo, no Rio dos eventos. Devemos fazer do Centro uma nova opção mais democrática de moradia, trazendo para ali famílias que hoje vivem mais distantes do mar e das principais áreas de lazer e consumo da cidade.

Esperamos que haja empenho por parte do poder público em oferecer os melhores subsídios possíveis para atrair os investimentos necessários e haja também um olhar sensível das empresas para a necessidade do projeto, que tem um cunho social e econômico louvável para cidade do Rio de Janeiro, que merece ser melhor cuidada. Sabemos que não é fácil de implementar, mas o mais importante, a demanda por melhores moradias, a preços mais acessíveis, certamente é a nossa realidade.

É importante que os atores do mercado entendam que esse projeto é uma questão de sobrevivência, que não há outra alternativa. O mundo todo caminha nesse sentido. Se não houver uma visão conjunta a essa transformação, a situação da região vai piorar muito. O comércio de rua, os shopping centers, os serviços diversos, os restaurantes virão ou continuarão ali existindo por causa da revitalização do Centro. O que falta para melhorarmos o olhar e identificarmos todo o potencial da região?

Eu vejo o Centro do Rio podendo ser ocupado por jovens, os ditos trabalhadores nômades digitais, que amam viajar ou viver experiências diferentes e temporárias em outras cidades. Jovens de todo o Brasil certamente amam o Rio e não pensariam duas vezes em viver aqui. Precisamos de moradias bacanas a preços acessíveis. E essa tendência se acentua agora que muitos podem trabalhar de qualquer lugar do mundo. O Brasil é um país barato para estrangeiros. Porque jovens de outros países não viriam para cá? Temos sol o ano todo, calor humano, lindas praias, opções culturais. Será que somos a bola da vez e ainda não percebemos?
*Diretor Superintendente da APSA
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