Aristóteles Drummond, colunista do DIADivulgação
Publicado 09/08/2021 05:00
César Cals foi dos mais preparados executivos do chamado período militar. Dirigiu as obras da usina de Boa Esperança, no Piauí, ainda no governo Jango, e o setor elétrico do Maranhão. Engenheiro militar, formado no IME, e civil na UFRJ, foi lembrado pelo presidente Médici para governar o Ceará, sua terra natal e onde o pai foi prefeito de Fortaleza, sempre bem lembrado. Aliás, depois foi o filho Cesar Neto que administrou a capital de forma correta.
Governador competente e de visão, olhou para o interior e deu impulso à agricultura local. Em 1978, foi eleito senador, mandato que só foi exercer por dois anos, convocado que foi para ser ministro das Minas e Energia, pelo presidente João Figueiredo.
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Onde marcou seu nome pelo sucesso, dedicação e correção foi ao enfrentar a crise energética e implantar programa até hoje não superado em volume e resultados. Tanto na energia, como na mineração e no petróleo. O excelente ministério de Figueiredo atuava em sintonia com homens devotados e movidos pelo patriotismo. Assim, João Camilo Pena implantou a produção de álcool e César Cals a mistura na gasolina, a presença do combustível em todo o país.
No petróleo, fixou a meta de triplicar a produção nacional, o que acompanhou a cada dia, impondo prioridades e ritmo à Petrobras. Tocou obras relevantes, como Tucuruí e Itaipu, com Costa Cavalcanti, e estimulou as fontes alternativas, ainda começando. Na mineração, o Projeto Carajás e sua ferrovia, a cargo da Vale, foram iniciados e inaugurados no governo, no qual foi dos poucos ministros a permanecer no cargo os seis anos da gestão Figueiredo.
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Em Roraima, por exemplo, Cals sonhou com o projeto de Cotingo, que, além de gerar energia com baixo custo, teria dado recursos para melhorar a qualidade de vida da população indígena que ali vive. Bolsonaro chegou a se referir à obra, mas, pelo visto, esqueceu de recomendar tocar o projeto.
Como foi o caso do também coronel Mário Andreazza, outro exemplo de sucesso nos três governos a que serviu. Outro que deve ser lembrado é Jarbas Passarinho, polivalente nos serviços prestados em diferentes áreas, inclusive em dois mandatos de senador.
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Curiosa a preocupação da oposição com a presença de tantos militares no governo atual. Devemos a eles bons momentos da vida nacional, como no governo JK, que teve no Almirante Lúcio Meira o coordenador da criação da indústria automobilística, e Amaral Peixoto, como ministro, também oriundo da Marinha. Juraci Magalhães foi excelente governador da Bahia e, depois de 1964, ministro nos governos militares, e Getúlio contou com muitos dos tenentes de 1930 no seu longo e produtivo mandato.
Agora, se pode ser feito algum reparo, não é no recrutamento, mas, na escolha equivocada.
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Aristóteles Drummond é jornalista
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