Publicado 01/09/2021 00:00
Ao aceitar a convocação do prefeito Eduardo Paes para assumir a gestão da Comlurb sabia que muitos desafios me esperavam. Toda minha carreira na iniciativa privada seria posta à prova na condução de uma empresa singular. A ideia era aplicar o que aprendi como executivo e aproveitar a competência instalada no capital humano da empresa. Desafios imensos se apresentavam: restrições orçamentárias, resgatar o nível de serviço da cidade (IPL- Índice de Percepção de Limpeza), e diminuir os problemas que geravam abertura de chamados na Central de Atendimento 1746.
Com os objetivos traçados, a primeira ação não podia ser diferente: gente certa no lugar certo! A escolha da equipe foi o primeiro desafio, ainda em dezembro/2020, antes de assumir oficialmente a empresa. Com imensa liberdade concedida pelo prefeito, me cerquei de pessoas da casa, com conhecimento da cidade, da máquina, das operações, e engajadas com o objetivo final. Não contratei sequer um funcionário de fora para a minha equipe naquele momento e fui muito bem recebido por todos na empresa, sem exceção.
Blindados de indicações políticas, promovemos ex-garis para funções de liderança e valorizamos pessoas com anos de casa. O tempo necessário para adquirir conhecimento da máquina foi reduzido e os objetivos facilmente comprados pela turma. Equipe fantástica, diga se de passagem.
Com o time definido, já no dia 1º de janeiro coloquei em prática a lição mais importante da minha carreira executiva: “Botar a bota”. Nada de sapato engraxado ou calça social. Era hora de calçar o jeans e o tênis para bater perna pela cidade! Conhecer as operações, as pessoas, ter contato com todos os níveis da empresa, descobrir os problemas de cada área da cidade pelos mais diversos pontos de vista, pessoalmente, e não por intermediários ou por relatórios.
O segundo passo foi criar a demanda por resultados para engajar a turma na direção certa: economizar orçamento ao máximo através de eficiência operacional (dinheiro no lugar certo, sem desperdícios) e focar nos indicadores prioritários para a cidade (IPL e abertura de chamados do 1746). No âmbito financeiro, pressionamos o processo de compras, evitando milhões em gastos desnecessários. Um ajuste operacional através de eficiência trouxe economias na casa de milhões de reais, e também colocamos em operação vários equipamentos antes sucateados e abandonados na empresa (varredeiras, caixas metálicas, tratores, entre outros).
A retomada das reuniões de resultados (acompanhamento dos indicadores), algo que a empresa já teve no passado e acabou se perdendo com o tempo, colocou o foco no lugar certo, no serviço ao cidadão, e nos levou a uma melhora relevante nos resultados. O IPL já se encontra próximo ao nível atingido nas Olimpíadas do Rio e a abertura de chamados no 1746 teve seu índice reduzido em quase 70% em alguns temas. Um exemplo: a despeito de uma economia de mais de R$ 30 milhões em frota, a quantidade de chamados em coleta domiciliar no 1746 teve uma redução de 69% de janeiro para agosto.
Agora, com a “casa arrumada”, com o fluxo de caixa restabelecido e com a nossa companhia mais ajustada, vamos nos preparar para o verão e para 2022. É fundamental buscar novas soluções para a cidade, que merece ser e estar cada vez mais maravilhosa para essa retomada pós-pandemia.
Apesar das melhorias já alcançadas, faz-se necessário forte investimento em inovação e automação. Estamos buscando o que há de mais moderno para cada serviço que prestamos. A nossa cidade, no que depender da Comlurb, estará ainda mais maravilhosa no pós-pandemia. Junto com o time da prefeitura e com a força do nosso exército laranja, vamos fazer a cidade brilhar, literalmente!
Flávio Lopes é presidente da Comlurb
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