Publicado 03/11/2021 05:30
A ideia de que um grande evento, festa, atrativo cultural ou turístico podem impulsionar uma localidade não é nova e temos acordo. Provocando o debate, podemos pensar que se não usados com bom senso e de olhos bem abertos para a diversidade cultural, antes de potencializar, corremos o risco de engessar e não democratizar os processos. É preciso ter em mente que existem, na mesma região, vários potenciais e vocações.
É possível ser a “Cidade do Café” e realizar um festival local em torno disso e ao mesmo tempo agregar outras possibilidades locais? Muitas vezes, vemos os governos, a iniciativa privada e a sociedade civil centrarem todos os esforços e investimentos em uma determinada manifestação ou evento reconhecidos como simbólicos. Mas o ideal não seria aproveitar outros potenciais locais, fazendo com que o atrativo principal além de cumprir o seu papel justo e consagrado, possa recepcionar e difundir outras ações culturais?
As grandes escolas de samba não poderiam fazer parcerias com agremiações menores ou ligas municipais para ações afins? Igualmente para museus e espaços culturais de centros históricos em relação aos equipamentos ou grupos das áreas rurais ou periferias urbanas? Assim como entre grandes festas, feiras e festivais e os de menor porte? Certamente ampliaria a potência e o calendário local de eventos.
Outro fator que nos preocupa são as localidades que não passam de meras "fotocópias" de pacotes turísticos de outras, replicando modelos de sucessos, mas de outras realidades. No fim das contas, viram uma “Disneylândia” com endereços diferentes. Não podemos ter apenas um modelo de desenvolvimento local. Precisamos de muitos, com escalas e conteúdos diferentes, e somente "batendo canela” e proseando bastante poderemos avançar nesse sentido.
Antes da pandemia, tivemos a oportunidade de visitar todas as regiões do Estado do Rio de Janeiro, ouvindo os agentes e gestores culturais locais. E estávamos começando a agendar o retorno a essas regiões para conhecer as manifestações e atrações que não são tão difundidas, mas aí começaram as medidas de isolamento social. Aliás, os pequenos e médios agentes e empreendedores foram os mais prejudicados pela pandemia, e ao mesmo tempo os que mais apoiaram e atenderam à população. As soluções vieram das bases. E delas irão surgir outras.
É mais que oportuno discutir o desenvolvimento neste momento em que o Rio de Janeiro debate uma pauta estruturante (Lei de Responsabilidade Fiscal, Reforma da Previdência, e a destinação estadual e municipais dos recursos advindos da desacertada privatização da Cedae). Diversos de nós, deputados estaduais, criticamos justamente a não associação efetiva desta agenda à de desenvolvimento e planejamento estratégicos para o estado e suas regiões. Mas ainda há tempo para o debate!
É possível ser a “Cidade do Café” e realizar um festival local em torno disso e ao mesmo tempo agregar outras possibilidades locais? Muitas vezes, vemos os governos, a iniciativa privada e a sociedade civil centrarem todos os esforços e investimentos em uma determinada manifestação ou evento reconhecidos como simbólicos. Mas o ideal não seria aproveitar outros potenciais locais, fazendo com que o atrativo principal além de cumprir o seu papel justo e consagrado, possa recepcionar e difundir outras ações culturais?
As grandes escolas de samba não poderiam fazer parcerias com agremiações menores ou ligas municipais para ações afins? Igualmente para museus e espaços culturais de centros históricos em relação aos equipamentos ou grupos das áreas rurais ou periferias urbanas? Assim como entre grandes festas, feiras e festivais e os de menor porte? Certamente ampliaria a potência e o calendário local de eventos.
Outro fator que nos preocupa são as localidades que não passam de meras "fotocópias" de pacotes turísticos de outras, replicando modelos de sucessos, mas de outras realidades. No fim das contas, viram uma “Disneylândia” com endereços diferentes. Não podemos ter apenas um modelo de desenvolvimento local. Precisamos de muitos, com escalas e conteúdos diferentes, e somente "batendo canela” e proseando bastante poderemos avançar nesse sentido.
Antes da pandemia, tivemos a oportunidade de visitar todas as regiões do Estado do Rio de Janeiro, ouvindo os agentes e gestores culturais locais. E estávamos começando a agendar o retorno a essas regiões para conhecer as manifestações e atrações que não são tão difundidas, mas aí começaram as medidas de isolamento social. Aliás, os pequenos e médios agentes e empreendedores foram os mais prejudicados pela pandemia, e ao mesmo tempo os que mais apoiaram e atenderam à população. As soluções vieram das bases. E delas irão surgir outras.
É mais que oportuno discutir o desenvolvimento neste momento em que o Rio de Janeiro debate uma pauta estruturante (Lei de Responsabilidade Fiscal, Reforma da Previdência, e a destinação estadual e municipais dos recursos advindos da desacertada privatização da Cedae). Diversos de nós, deputados estaduais, criticamos justamente a não associação efetiva desta agenda à de desenvolvimento e planejamento estratégicos para o estado e suas regiões. Mas ainda há tempo para o debate!
Eliomar Coelho é deputado estadual do PSOL-RJ e presidente da Comissão de Cultura da Alerj.
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