Ex-moradora de São João de Meriti, Isa Colli lança seu 32º livro 'Tâmaras e Quibes' DIVULGAÇÃO
Publicado 29/11/2021 06:00
Outubro e novembro são meses estratégicos para alertar sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer. Em outubro, as atenções se voltaram às mulheres (prevenção do câncer de mama) e novembro aos homens (prevenção do câncer de próstata). Neste período, no entanto, também precisamos estar atentos a outra data igualmente relevante: 23 de novembro, que foi o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil.

Assim como em países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de um a 19 anos.

O tratamento precoce tem sido fundamental para reverter esse quadro e salvar vidas. Nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi extremamente significativo. Hoje, em torno de 80% desses pacientes acometidos pela enfermidade podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria deles terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado.

Um fator que preocupou especialistas em 2020 foi o isolamento social. Nos primeiros meses da pandemia da covid-19, que exigiram das famílias o confinamento total, muitas crianças e jovens tiveram de parar temporariamente seus tratamentos contra o câncer e, em alguns casos, isso pode ter agravado o quadro da doença. Este fato foi comprovado por órgãos internacionais e nacionais. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, entidade ligada à OMS, uma pesquisa com oncologistas pediátricos em 20 países das Américas mostrou que os serviços de atendimento foram interrompidos bruscamente quando o período pandêmico começou.

Aqui no país, um levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica e da Sociedade Brasileira de Patologia revelou que entre 50 mil e 90 mil brasileiros deixaram de ser diagnosticados com câncer nos primeiros meses da pandemia, como consequência direta de consultas, exames, cirurgias e biópsias não realizadas.

Essa fase foi superada com a retomada dos serviços essenciais de saúde, mas é preciso estar vigilante e acolher as famílias que, por ventura, ainda sintam medo e insegurança de frequentar hospitais e unidades médicas neste período em que a pandemia ainda persiste.

Diante de uma realidade incerta, é mais que urgente e necessário divulgar o mês voltado ao combate do câncer infantil, estimulando ações educativas e preventivas. Há que se apoiar as atividades organizadas e desenvolvidas não somente pelo poder público, como por entidades de referência da sociedade civil. É fundamental também difundir os avanços técnico-científicos relacionados ao tema e humanizar a rede de apoio aos familiares das pessoas acometidas por essa doença silenciosa e perigosa, mas que pode ser combatida com prevenção, tratamento precoce e suporte emocional. Essa luta é de todos nós!
Isa Colli é jornalista e escritora
 
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