Entrevista com Sargento Cleidinei e Soldado Naira
Entrevista com Sargento Cleidinei e Soldado NairaPersante Baldoni
Por O Dia
O Dia- Qual a área de cobertura da Patrulha Maria da Penha?
Sargento Cleidinei – A Patrulha Maria da Penha do 33º Batalhão cobre de Itacuruça até a divisa com o estado de São Paulo, que vai até Trindade e mais um pouco, e pegando as Ilhas também, a Ilha Grande e as ilhas de Paraty.
O Dia- Houve por conta do afastamento social, um aumento nas ocorrências de violência familiar?
Sargento Cleidinei – Sim, tivemos um grande aumento devido aos maridos estarem mais tempo dentro de casa, desempregados ou financeiramente comprometidos, aí acontece um maior consumo de álcool, porque na maioria das vezes os maridos agridem as mulheres quando consomem bebida alcoólica e outras drogas. Então devido ao Corona Vírus e todo mundo ficar dentro de casa os homens acabam descontando nas mulheres.
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Soldado Naira – Nós trabalhamos com a Coordenadoria Especial da Mulher, que fica no andar superior da Rodoviária, com atendimento médico e psicológico para atender essas mulheres vítimas de violência. Com a Pandemia é possível receber o atendimento pelo WhatsApp. A gente passa até nosso número pessoal, a gente adiciona a vizinha ao grupo de whatsApp e pede para que avise. Tudo que for possível para ajudar.
A ONG Arte de Viver, ajuda muito, lá tem tratamento, treinamentos, palestras. A dr. Camila, antiga Juíza de Direito da cidade ia incluir nas Medidas Protetivas a participação obrigatória dos agressores a palestras que acontecem na Arte de Viver, mas em breve já teremos isso porque está saindo esta inclusão na Lei Maria da Penha, isso já faz parte da atualização da lei.
Porque a intenção não é só punir o agressor, mas prevenir que isso não aconteça mais com aquela pessoa, uma reeducação, não é só cuidar da vítima, nós temos políticas sociais que fazem parte do Poder Público para que cuide do agressor e que não se repita o ato de violência.
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O Dia- Quais provas as mulheres precisam apresentar para que elas consigam uma medida protetiva?
Soldado Naira – Isso é muito importante porque é preciso que o Juiz veja o problema e conceda a medida protetiva. As provas são fotos, vídeos, áudio do celular, ligações repetidas. Tudo que puder ser impresso é melhor que leve assim, para mostrar que o agressor realmente precisa sair de casa.
Nós temos muitos projetos, por exemplo, dar palestras nas escolas e nas igrejas, a gente até já é chamado, mas a pandemia complicou tudo.
Sargento Cleidinei – Para os homens desde criança aprender que em mulher não se bate, mulher se respeita!