Homens ainda são maioria na disputa eleitoral  - Reprodução/TSE
Homens ainda são maioria na disputa eleitoral Reprodução/TSE
Por Sergio Gustavo
O eleitorado de Paty do Alferes tem maioria feminina (51,5%), mas as mulheres representam apenas 33,8% do total de candidaturas para as Eleições 2020, pouco mais que a cota mínima (30%) exigida pela lei eleitoral brasileira. Entre as cinco chapas que disputam a Prefeitura, uma é composta por duas mulheres e as demais são formadas por homens. Dos 207 candidatos aptos a disputar cargo na Câmara, 72 são do sexo feminino. 
Considerando as 217 candidaturas aptas para o pleito deste ano, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, 42 mulheres se autodeclaram brancas; 22, pardas, e 10, pretas. Entre os homens, 78 se autodeclaram brancos; 43, pardos e 22, pretos. “Pretos e pardos são considerados no mesmo grupo demográfico em uma série de dados divulgados por instituições governamentais porque possuem indicadores socioeconômicos bem divergentes do grupo de não negros”, explica Juliana Marques, coordenadora e cofundadora do Movimento Mulheres Negras Decidem (MND). “Historicamente, a categoria pardo foi utilizada como tentativa de apagamento do negro no Brasil. A reivindicação do preto/pardo como grupo único também é fruto da luta política dos movimentos negros e de mulheres negras”, destaca a especialista.
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Juliana também comentou a dificuldade que as pessoas negras enfrentam para vencer uma eleição, especialmente as mulheres: “A questão passa realmente por aspectos mais estruturais, como recursos de campanha, priorização das candidaturas dentro dos partidos, sobretudo nos mais competitivos e consolidados, que adotam práticas de distribuição de recursos que privilegiam pessoas já eleitas e candidatos de classe média e alta, reforçando o ciclo da sub-representação”.