Seu Hilário com suas relíquias de família - Divulgação/ASCOM
Seu Hilário com suas relíquias de famíliaDivulgação/ASCOM
Por O Dia
Petrópolis -  Aos 74 anos, o aposentado Hilário Plum lembra com carinho dos deliciosos pratos feitos pela avó, Elisa Coreem Shmidth, quando criança. Com objetos simples, como um rolo pesado de madeira, panelas de ferro e tábuas para espremer banha, ela preparava pastéis, cuca e toucinho, entre outras iguarias. Os utensílios, guardados pela família ao longo dos anos, ajudam a contar a história dos colonos que trabalharam na construção de Petrópolis. Peças que agora fazem parte do Museu Casa do Colono.

Entre o material - 33 objetos no total - estão não só as relíquias de sua família como outras que foram adquiridas ao longo da vida, através de brechós, antiquários, doações de amigos e até peças encontradas no lixo. O acervo conta com travessas, maquinas de moer carne e grãos, tábua de lavar roupa – que as mulheres usavam na beira dos rios -, ferro de passar que utilizava brasa, lampiões, lamparinas, além de objetos de trabalho da época.

"Só eu na minha família que me interesso por isso, então se depois eles forem pro lixo a história acaba. E no museu os objetos vão perpetuar a história. Meu nome vai estar lá", explica Hilário, que ainda lembra, através dos objetivos, da vida simples levada pela família. "A gente morava em uma casa de pau a pique, minha mãe até gostava mais dela do que a que meu pai construiu, de concreto. Lembro da minha avó fazendo pastel e várias receitas alemãs, como a cuca, o pão, o assado no forno. Era uma vida difícil, mas boa", completa.

O Museu Casa do Colono promove a campanha “Você faz parte dessa história”, que tem como função garantir com que esse acervo doado esteja disponível para a pesquisa, para a cultura e ao alcance de toda a sociedade. O objetivo é captar documentos e coleções pessoais, como cartas, livros, álbuns, utensílios domésticos e de trabalho industrial e agrícola, brinquedos, mobiliário, fotografias, acessórios femininos e masculinos, e histórias de vida que representem a imigração germânica na cidade.

"O Museu é uma joia do nosso município e a gente fica muito feliz quando os moradores demonstram esse sentimento de pertencimento, porque, afinal, é um patrimônio de todos”, disse o prefeito Bernardo Rossi.

Para o diretor-residente do Instituto Municipal de Cultura e Esporte, Marcelo Florencio, é fundamental a contribuição da população.  

"Ele é uma casa-museu e nos mostra como era a vida dos colonos quando chegaram em Petrópolis. Uma história que muitas famílias podem ajudar a contar, porque muitas até hoje preservam as tradições e alguns costumes daquela época", completou Marcelo.

O Museu Casa do Colono fica na Rua Cristóvão Colombo, 1.034, na Castelânea. A visitação funciona de terça a domingo, das 8h30 às 16h, com entrada gratuita.