Veículos de outros municípios são abordados e questionados a respeito da origem e destino da viagem, o motivo de deslocamento e o estado de saúde - Caio Garin
Veículos de outros municípios são abordados e questionados a respeito da origem e destino da viagem, o motivo de deslocamento e o estado de saúdeCaio Garin
Por O Dia
Petrópolis - O prefeito Bernardo Rossi acompanhou, na manhã deste sábado, o trabalho de controle sanitário, montado em uma das entradas da cidade, no bairro Bingen. Agentes de saúde, com apoio da Guarda Civil e da Secretaria de Segurança e Ordem Pública (SSOP) fazem a triagem de pessoas que estão vindo para Petrópolis. Desde a última terça-feira, por determinação de decreto municipal, apenas moradores de Petrópolis estão autorizados a entrar na cidade. Veículos de outros municípios são abordados e questionados a respeito da origem e destino da viagem, o motivo de deslocamento e o estado de saúde.

Em virtude da pandemia de Coronavírus, que já conta com mais de 600 mil infectados e mais de 29 mil mortes no mundo, o governo municipal vem adotando uma série de medidas para conter o avanço da Covid-19. Além do controle sanitário, decretos suspenderam viagens de linhas intermunicipais e restringiram o funcionamento do comércio (permitindo apenas a manutenção de serviços essenciais como mercados, farmácias, padarias, casas de ração e oficinas). São medidas voltadas para a redução da circulação de pessoas, seguindo a recomendação do isolamento social defendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como a forma necessária para frear o avanço do vírus.

Nós escolhemos o caminho de salvar vidas aqui em Petrópolis e proteger nossa população. Os cientistas e especialistas em saúde já provaram o quanto o Coronavírus é contagioso e se alastra muito rapidamente”, destaca o prefeito, que ressalta, ainda, que está atento ao cenário provocado pela doença em outras cidades do Brasil e do mundo. “E é o que nós estamos vendo nos países que negligenciaram a letalidade da doença. Milhares de mortes todos os dias. É muito sério! As medidas que tomamos logo no início foram e são necessárias para que não haja um pico de pessoas contaminadas, todas ao mesmo tempo, em nosso município”.

Um dos pontos fundamentais, defendido por especialistas, é de que a velocidade de propagação do vírus gera um número de infectados e doentes que ultrapassa a capacidade de atendimento do sistema de saúde de qualquer país – o que agrava o número de mortos causados pela doença. Na quinta-feira, o Instituto de Doenças e Análises Emergenciais, da Imperial College de Londres, Reino Unido – corpo técnico que presta consulta diretamente a OMS, divulgou uma nova pesquisa sobre o avanço da Covid-19. Nela, já levando em consideração as ações de mitigação como as que vem sendo adotadas em Petrópolis. Segundo o estudo, que analisou o Brasil, as medidas de redução da circulação de pessoas e aumento de leitos hospitalares podem ter reduzido a estimativa de mortes. Uma queda de centenas de milhares, para dezenas de milhares.

Ciente do cenário econômico causado pela pandemia, o prefeito de Petrópolis ressaltou que a “preocupação é também proteger a economia”. No entanto, ele chama a atenção para o fato de que “se a doença sair do controle, as consequências econômicas podem ser ainda mais desastrosas”. “Imagine se os funcionários de um comércio ficam doentes, como essas lojas vão abrir? Se o dono fica doente, quem vai tocar seu negócio?”, avalia.

Com base em estudos e dados técnicos, o prefeito informou também que as medidas de isolamento social seguem até a data anunciada. “Nosso decreto de fechamento do comércio termina no dia 8 de abril e continua valendo até lá. Temos uma equipe de notáveis, com infectologistas e médicos para avaliar a curva do Coronavírus aqui na cidade. Com planejamento e responsabilidade vamos avaliar como o vírus está circulando em Petrópolis para que os petropolitanos possam voltar a vida normal, mas acima de tudo, vamos fazer isso com responsabilidade”.