exames para covid-19. - Warley de Andrade/Agência Brasil
exames para covid-19.Warley de Andrade/Agência Brasil
Por Ney Freitas
Petrópolis - Para esclarecer ainda mais às possíveis dúvidas da população em relação ao tempo de demora nos resultados dos exames de pacientes suspeitos de Coronavírus na cidade, a Secretaria de Saúde levantou, esta semana, o passo a passo realizado, desde o momento de coleta do material, até a chegada dos resultados para as equipes de Vigilância Epidemiológica de Petrópolis. Atualmente, o diagnóstico do Coronavírus é feito a partir da coleta de amostras respiratórias de pacientes considerados suspeitos, com testes baseados em técnicas de biologia molecular. Em Petrópolis, agentes da Vigilância Epidemiológica têm realizado este trabalho.
Todo o processo tem início quando o paciente dá entrada nas unidades de saúde da cidade. Para explicar com mais exatidão, vamos tomar como exemplo o primeiro caso confirmado na cidade, ainda neste mês de março. Uma mulher, moradora de Petrópolis com 29 anos de idade, começou a apresentar sintomas após regressar de uma recente viagem a Salvador e São Paulo. A paciente deu entrada na UPA Centro e, em seguida, foi encaminhada ao Ponto de Apoio. No local, foi examinada por uma equipe médica que avaliou o quadro como suspeito e com grande possibilidade de um teste positivo. Os médicos fecharam o quadro clínico devido aos principais sintomas, como febre alta, tosse e dificuldade respiratória, e aos próprios relatos de sua viagem. Em seguida, e devido ao diagnóstico, acionaram a equipe técnica da Vigilância Epidemiológica para fazer a coleta do material, enviado no mesmo dia para os laboratórios do Estado do Rio de Janeiro.
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A partir deste ponto vem existindo um espaço de tempo além do previsto pela prefeitura para a confirmação dos resultados. Isso tem ocorrido devido ao excesso de exames realizados pelos laboratórios, atualmente para três Estados do Brasil. Segundo informações, os laboratórios têm apenas uma prioridade: casos em que os pacientes suspeitos vieram a óbito. A medida tem como objetivo voltar a atenção dos agentes de saúde às famílias que, inadvertidamente, mantiveram contato com o paciente. Médicos explicam, ainda, que nem todos os pacientes necessitam fazer os testes. “Fazemos a coleta apenas de pacientes que apresentam um quadro clínico compatível com a COVID-19. Após a coleta temos a mesma indicação para outros casos. Pedimos para que os pacientes vão para casa e se mantenham em isolamento. Casos mais graves são encaminhados às unidades de saúde imediatamente”, explicou o médico infectologista, José Henrique Castrioto.
Segundo a Diretora de Vigilância em Saúde, Elisabeth Wildberger, nos casos em que pacientes dão entrada em unidades privadas da cidade o trâmite não sofre muitas alterações. “Nesse caso os médicos devem fazer a avaliação e entrar em contato com a Vigilância Epidemiológica para que nós façamos a coleta ou levemos o equipamento para que eles mesmos executem o procedimento. As unidades particulares têm um número disponível 24 horas para entrar em contato com a gente. O problema é que muitos não fazem esse contato e, quando fazem, apresentam um atraso de dois ou três dias. Isso faz com que a demora nos resultados seja ainda maior”, disse.
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A Secretária de Saúde, Fabíola Heck, insiste em lembrar que apenas os exames realizados pelo Estado podem ser contabilizados para o município. “O que precisa ficar claro é que a Secretaria de Saúde trabalha com os números divulgados pelo Estado. Apenas esses são válidos para nós e é com eles que temos trabalhado. Precisamos ter um agente centralizador dessa estatística, nesse caso o Estado, caso contrário perderíamos totalmente o controle. As pessoas não estão proibidas de fazerem o exame na rede privada, mas esse resultado não poderá ser contabilizado para Petrópolis”, disse.
As palavras da secretária podem ser explicadas de forma ainda mais clara. Petrópolis contabiliza, hoje, apenas os números oficiais, isto é, os números declarados pelos laboratórios do Estado. Todos os outros resultados, feitos por laboratórios particulares da cidade, não entram para a estatística da cidade por se tratar de números não oficiais. “Além do mais algumas unidades de saúde privadas vêm agindo com total irresponsabilidade por estarem divulgando números, internações e mortes atribuídas à doença sem a certeza de confirmação por parte dos exames realizados”, acrescentou.
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A prefeitura aguarda, até a próxima sexta-feira, mais resultados coletados na última semana para atualizar seus boletins. “Precisamos que todos entendam que estamos juntos nesta luta. Temos feito o possível e o impossível para que todos permaneçam seguros e bem informados sobre esse assunto e vamos continuar nessa luta até o fim. Esse é o meu compromisso com o povo petropolitano”, concluiu o prefeito Bernardo Rossi.