Participantes demonstraram preocupação devido ao grande número de pessoas que insistem em lotar as ruas da cidade mesmo após os recentes decretos - Reprodução
Participantes demonstraram preocupação devido ao grande número de pessoas que insistem em lotar as ruas da cidade mesmo após os recentes decretosReprodução
Por Ney Freitas
Petrópolis - Enquanto no mês de abril a palavra mais comentada em relação à pandemia do novo coronavírus era o isolamento social, mais recentemente um outro termo ganhou visibilidade: o lockdown. A palavra é o correspondente, em inglês, a "confinamento". Ela passou a ser adotada no Brasil pelo seu uso corrente nas agendas internacionais sobre as formas de evitar a circulação de pessoas e a disseminação do vírus. A partir da decisão a respeito do lockdown, o isolamento social torna-se obrigatório, inclusive com o auxílio das forças de segurança do município em caso de necessidade.
Diante da sugestão, o Conselho Municipal de Saúde esteve reunido, na noite da última quinta-feira, para decidir o próximo passo da cidade em relação ao combate da COVID-19. Por 14 votos a 12, a decisão tomada vetou o lockdown. O Conselho tomou como base a quantidade ainda existente de leitos de unidade de terapia intensiva disponíveis na cidade, ou seja, vagas prontas para receber possíveis casos de pacientes com quadros de saúde mais complicados.
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A medida partiu para votação logo após após a comissão ter analisado um estudo da Fiocruz que recomendava a instalação de ações mais drásticas ao governo do Estado do Rio de Janeiro. Ainda durante a reunião, os participantes da comissão apresentaram preocupação com o número de casos crescente na cidade e o desrespeito da população com os decretos realizados pela prefeitura. 
De acordo com o presidente do Conselho, Anderson Garcia, a decisão, apesar de bem dividida, fez a opção mais correta ao momento de Petrópolis. "Ficamos satisfeitos com o resultado porque acreditamos que a cidade não precise de um lockdown neste instante. A medida é bem mais eficaz em municípios que já atingiram um estado crítico da capacidade de atendimento hospitalar. Petrópolis saiu na frente em relação aos decretos e garantiu um bom número de leitos de retaguarda justamente prevendo que a situação poderia piorar. Estamos monitorando diariamente os números e, por enquanto, não achamos o confinamento uma boa decisão", disse.