Publicado 23/10/2020 09:43 | Atualizado 16/07/2021 00:04
A candidata a vereadora em Resende, Leda Mota (PCdoB), foi presa após denunciar a violência doméstica sofrida pelo marido. Segundo a Polícia Civil, ela teria desacatado o delegado e funcionários, e atrapalhado o funcionamento da 89ªDP. O caso aconteceu na quinta-feira (22).
Leda Mota, de 44 anos, relatou durante a manhã, por meio de vídeos na sua rede social, as agressões que estava sofrendo do companheiro, com quem é casada há 20 anos. O homem, visivelmente alterado, agrediu a esposa, destruiu vários móveis e jogou objetos na vítima.
Leda Mota, de 44 anos, relatou durante a manhã, por meio de vídeos na sua rede social, as agressões que estava sofrendo do companheiro, com quem é casada há 20 anos. O homem, visivelmente alterado, agrediu a esposa, destruiu vários móveis e jogou objetos na vítima.
Durante as gravações, Leda narrava os fatos e chegou a dizer que ligou para a polícia, mas que eles demoraram e ela acabou sendo expulsa da própria casa junto com as duas filhas. A Polícia Militar chegou ao local e conduziu os dois para a delegacia. O marido foi preso em flagrante por violência doméstica.
Na unidade, a candidata pediu para que fosse atendida por uma mulher. Ela prestou depoimento a uma policial do Núcleo de Atendimento à Mulher (NUAM). Segundo o boletim de ocorrência (BO), em determinado momento, o delegado titular perguntou à vítima se ela gostaria de registrar o crime contra o marido. Foi quando, exaltada por toda a situação de violência doméstica, Leda teria gritado e ofendido o delegado e outros policiais.
No termo de declaração, o delegado titular Michel Floroschk, destacou que a confusão acabou atrapalhando o atendimento de outras ocorrências na delegacia, bem como a transferência de presos para audiências de custódia, já que toda a equipe se mobilizou em torno do ocorrido. Ele também afirmou que, após o tumulto, entendeu que a vítima "visava sua promoção eleitoral nas redes sociais. Que sente muito por todo o ocorrido, mas a delegacia de polícia não é picadeiro".
A candidata foi presa por desacato e por interrupção de serviço público essencial, o que garante o flagrante. Amigos e apoiadores fizeram vigília na frente da delegacia com o intuito de denunciar a violência sofrida pela mulher e pedir por sua liberdade. A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB/RJ) publicou uma nota em sua rede social pedindo ajuda a colega de partido: “GENTE! PRECISAMOS DENUNCIAR ISSO! A candidata à vereadora de Resende (RJ) pelo PCdoB, Leda Mota, foi ESPANCADA pelo marido, teve a casa quebrada e ao ir à delegacia local pedir ajuda FOI PRESA POR DESACATO. Precisamos de ajuda de todos da região. É um absurdo!!!”.
Em nota, a defesa da mulher afirmou que como não cabe prisão em flagrante no crime de desacato, o responsável pela lavratura do auto de prisão em flagrante, em verdadeira manobra jurídica, enquadrou o crime como interrupção de serviço público essencial (artigo 265, Código Penal), esse que possui pena máxima de cinco anos, portanto, forçando a possibilidade de prisão em flagrante.
Na unidade, a candidata pediu para que fosse atendida por uma mulher. Ela prestou depoimento a uma policial do Núcleo de Atendimento à Mulher (NUAM). Segundo o boletim de ocorrência (BO), em determinado momento, o delegado titular perguntou à vítima se ela gostaria de registrar o crime contra o marido. Foi quando, exaltada por toda a situação de violência doméstica, Leda teria gritado e ofendido o delegado e outros policiais.
No termo de declaração, o delegado titular Michel Floroschk, destacou que a confusão acabou atrapalhando o atendimento de outras ocorrências na delegacia, bem como a transferência de presos para audiências de custódia, já que toda a equipe se mobilizou em torno do ocorrido. Ele também afirmou que, após o tumulto, entendeu que a vítima "visava sua promoção eleitoral nas redes sociais. Que sente muito por todo o ocorrido, mas a delegacia de polícia não é picadeiro".
A candidata foi presa por desacato e por interrupção de serviço público essencial, o que garante o flagrante. Amigos e apoiadores fizeram vigília na frente da delegacia com o intuito de denunciar a violência sofrida pela mulher e pedir por sua liberdade. A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB/RJ) publicou uma nota em sua rede social pedindo ajuda a colega de partido: “GENTE! PRECISAMOS DENUNCIAR ISSO! A candidata à vereadora de Resende (RJ) pelo PCdoB, Leda Mota, foi ESPANCADA pelo marido, teve a casa quebrada e ao ir à delegacia local pedir ajuda FOI PRESA POR DESACATO. Precisamos de ajuda de todos da região. É um absurdo!!!”.
Em nota, a defesa da mulher afirmou que como não cabe prisão em flagrante no crime de desacato, o responsável pela lavratura do auto de prisão em flagrante, em verdadeira manobra jurídica, enquadrou o crime como interrupção de serviço público essencial (artigo 265, Código Penal), esse que possui pena máxima de cinco anos, portanto, forçando a possibilidade de prisão em flagrante.
Disse ainda que "com o tratamento recebido, a vítima foi agredida duas vezes, pelo seu ex-marido e por uma instituição que acredita estar acima de qualquer crítica, que não convive bem com as diferenças e que entende que o cárcere é a resposta para o ego ferido."
A OAB/Resende, através da sua Comissão de Direitos Humanos, informou que está acompanhando o caso.
Nesta sexta-feira, a inspetora Rachel Mattoso, do NUAM, se pronunciou sobre o ocorrido. "Eu, grávida de sete meses, fiz o atendimento pessoalmente dessa vítima [a vereadora], que merece todo acolhimento, assim como todas as vítimas de violência doméstica, mas isso não pode servir de escudo para a prática de outros delitos, principalmente dentro de uma delegacia. Lamento muito o ocorrido e me coloco à disposição da Justiça para qualquer esclarecimento".
Após audiência de custódia na tarde de sexta-feira (23), ela foi liberada e vai responder o processo em liberdade.
Confira o vídeo:
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