Pai enviou mensagens pelo celular pedindo socorro
Pai enviou mensagens pelo celular pedindo socorroReprodução internet
Por O Dia
Uma moradora de Porto Real denunciou nas redes sociais na noite de domingo (18) que o pai, que estava internado no Hospital Municipal São Francisco de Assis (HMSFA) com coronavírus, reclamou que não estava sendo medicado. O comerciante Luiz Cristiano Barcelos Lopes, de 48 anos, deu entrada na unidade no sábado (17), e passou mal durante a madrugada. Durante a tarde de domingo, ele foi transferido para o Hospital Regional Zilda Arns, em Volta Redonda.
De acordo com a filha Gabriela Lopes, o pai enviou mensagens pelo celular dizendo que estava passando mal, mas não havia sido tratado durante a madrugada "nem com dipirona", dizia o recado. Ela foi até a unidade hospitalar, que informou que ele estava recusando a medicação, mas que estava recebendo auxílio de oxigênio. "Depois de bastante tempo, consegui entrar e falar com meu pai. O vi deitado, fraco, mal conseguindo falar, pedindo para tirar ele de lá, por que ele passou mal a madrugada inteira, chamou médico e não tinha. A enfermeira tentava ajudar e não conseguia. E o medicamento, foi aplicado apenas às 10h, quando eu já estava lá", escreveu a filha.
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Ainda segundo Gabriela, ela tentou a transferência, mas foi informada pelo HMSFA de que não havia vaga no Hospital Regional, unidade de referência para o tratamento da Covid-19 no sul do estado. "Depois de muita insistência, conseguimos o laudo, onde dizia que se não tivesse tratamento intensivo, poderia vir a óbito", postou, completando que após isso, a direção do Hospital disse que não tinha ambulância disponível no momento e nem equipe médica para a transferência.
Após entrar em contato com a Defensoria Pública, a família conseguiu a ordem para que o transporte para o Hospital Regional fosse feito imediatamente durante a tarde de domingo. Gabriela recebeu a informação de que o único médico de plantão no hospital iria acompanhar na ambulância, deixando o setor de Covid sem assistência médica.
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A filha ainda manifesta em relação a demora para sair o resultado do teste para coronavírus. Luiz Cristiano apresentou sintomas leves no dia 9 de abril, quando fez o primeiro teste no HMSFA e foi liberado, mas o resultado só saiu no dia 15, quando ele já estava internado. Ele chegou a ter alta na sexta (16), mas teve que retornar no dia seguinte.
O outro filho do paciente, Luiz Gabriel Barcelos, destacou que a equipe do Hospital fez o possível para que o pai fosse bem atendido, informando diariamente o estado de saúde à família e prestando todo o apoio ao paciente.
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Em nota, a Prefeitura de Porto Real, disse que: "O paciente deu entrada no pronto-socorro na manhã de sábado (17), onde o próprio trouxe o exame positivo de casa. Após a internação, foi constatado que o paciente não apresentava um quadro grave. Os profissionais fizeram a devida medicação correta. O Hospital dispõe de toda medicação necessária para o atendimento. Mesmo diante das orientações dos profissionais, o paciente se recusou a passar por alguns procedimentos, como a recusa de medicamento prescrito, a recusa do banho no leito, a recusa de permanecer sob infusão de oxigênio via cateter nasal e a recusa da dieta ofertada pelo Hospital. O filho do paciente estava presente e testemunhou a recusa do mesmo.
Já no dia seguinte domingo (18), a administração do Hospital fez a procura pela vaga de internação do paciente. A resposta pela disposição da vaga ocorreu às 12h45, e a transferência do paciente foi realizada às 15h30 para o Hospital Regional. Durante esse período ele não apresentou piora no quadro, que permanecia estável.
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Em relação aos profissionais plantonistas, haviam dois médicos no Hospital: 1 no plantão Covid e outro no pronto-socorro.
Em relação a demora no resultado do exame, isso acontece devido ao resultado ser informado através do Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (LACEN-RJ).", informou a nota oficial da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Real.