Publicado 08/12/2021 18:04 | Atualizado 08/12/2021 18:39
Duas famílias de Porto Real denunciaram na Polícia Civil dois casos suspeitos de negligência médica no Hospital Municipal São Francisco de Assis. Os pais e familiares alegam que a demora para a realização dos partos e a falta de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI) podem ter influenciado nas mortes dos recém-nascidos.
O primeiro caso aconteceu no dia 10 de novembro, quando com 34 semanas, a dona de casa Vitória Eduarda deu entrada na unidade alegando que a bolsa tinha estourado. "Eu falei que minha bolsa tinha rompido, que eu tinha perdido líquido, mas eu só fiquei internada tomando medicação e nada foi feito", conta.
O esposo, Tiago da Silva, relata que no dia 12, ainda internada, ela foi encaminhada para um hospital público de Resende para fazer uma ultrassom, onde foi constatado que ela tinha perdido líquido amniótico. Logo depois, ela retornou ao hospital de Porto Real. Mais tarde, ela foi levada novamente para Resende, onde teve o bebê, que morreu poucas horas depois devido a prematuridade, além de insuficiência respiratória, segundo a certidão de óbito. "Está sendo muito difícil porque eu estava esperando voltar com meu filho para casa. Eu só quero justiça", afirma.
Um segundo caso também foi registrado: da estudante Ariene Muniz da Silva. Com a gravidez de risco, a gestação foi acompanhada no pré-natal com mais cuidado, mas, de acordo com a família, tudo corria bem. Até que no dia 26 de novembro, Ariene deu entrada no hospital passando mal. A paciente foi medicada e liberada.
No dia 29, ela retornou ao hospital e foi internada. Somente depois de quatro dias, ela conseguiu ser operada. A bebê nasceu, mas necessitava de uma UTI Neonatal, o que a maternidade de Porto Real não possuía. A recém-nascida foi transferida para um hospital particular de Resende. Na última sexta-feira (3), a criança não resistiu. "Está sendo difícil, mas tem que superar", diz Ariene
Para o pai dela, Moisés Davi da Silva, o sentimento é de revolta. "Eu peguei minha filha sem minha neta e fomos na delegacia. Pretendo ir mais longe para isso não acontecer mais. Foi horrível. É um dezembro que pra mim acabou", desabafa.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Real informou que todos os casos estão com processos administrativos abertos e estão sendo apurados.
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