Publicado 19/11/2021 10:21 | Atualizado 19/11/2021 10:21
QUISSAMÃ - Quissamã é o segundo município do Estado do Rio de Janeiro e o primeiro do interior a implementar ações efetivas para suprir a carência gerada pela pobreza menstrual. Nesta quarta-feira (17), a prefeita Fátima Pacheco entregou à estudante Julia Pereira da Silva, do Ciep 465, o primeiro kit do Programa Papo de Menina, contendo itens de cuidados básicos de higiene.
O investimento anual da Prefeitura de Quissamã, por meio da Secretaria Municipal de Educação, será de mais de R$ 163 mil, beneficiando 1,4 mil meninas em idade menstrual, sendo elas, jovens do Ensino Fundamental e mulheres da Educação de Jovens e Adultos – matriculadas na rede municipal de ensino.
Durante o lançamento, a prefeita Fátima Pacheco lembrou que, atualmente, cerca de 30 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza, um problema agravado com a pandemia e que afeta as condições básicas dos cidadãos. Nesse período, a pobreza menstrual, um problema que atinge à uma, em cada quatro meninas e mulheres em idade escolar, ficou mais evidente, gerando uma mobilização nacional em torno do tema.
" Pessoas procurando caminhão caçamba com pelanca, na fila do osso e da carcaça de peixe. Trinta milhões é um número extremamente preocupante e dói na alma ver a população brasileira passando por isso. Cenas como essa, não queremos ver em nossa cidade. Com a pandemia, ampliamos programas que já existiam e criamos novos, como o Papo de Menina que vem assegurar direitos básicos às jovens da nossa cidade. Não podemos deixar em Quissamã nenhuma menina passar por situação desesperada, por isso investimos na Saúde, Educação e Assistência. A menstruação é da natureza da mulher" , frisou a prefeita.
Um problema nacional, a pobreza menstrual é apontada, segundo levantamentos de organizações não-governamentais, como um dos motivos da evasão escolar, ao passo que meninas e mulheres em idade escolar, sem condições de adquirir os itens básicos, passam por constrangimento e exposição desnecessários, além de exporem à saúde a riscos, pelo uso de material inapropriado.
O kit, que será entregue mensalmente às alunas da rede municipal, é composto por dois pacotes de absorventes e um sabonete íntimo. Nessa primeira entrega, as alunas recebem também uma necessaire, para guardar os itens. A distribuição seguirá o calendário definido por cada unidade escolar com jovens em idade menstrual.
"Estou muito feliz no dia de hoje. Por receber esse kit e representar todas as meninas da rede municipal. Nem toda família tem condições de oferecer isso às suas filhas. Agradeço, primeiramente, a Deus e também à prefeita Fátima Pacheco por essa ação", disse a estudante Júlia Pereira da Silva.
A secretária de Educação, Helena Lima, ressalta que o Papo de Menina tem caráter pedagógico e prevê a realização de rodas de conversa sobre empoderamento feminino, saúde da mulher, violência e o futuro da mulher no mercado de trabalho.
"O Papo de Menina chega para minimizar os impactos na vida das nossas meninas, beneficiando não somente as que estão em situação de vulnerabilidade social. Esse programa vai além da entrega do kit. Vamos promover bate-papo nas escolas com temas importantes que, às vezes, a gente não discute e não conversa em casa e nem na escola. Procuramos na internet, mas não verbalizamos, não construímos o pensamento", reforçou Helena Lima.
De acordo com a pesquisa “Livre para Menstruar”, do Grupo Girl UP Elza Soares, o problema afeta uma a cada quatro adolescentes no País. Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância e Adolescência revelam que são mais de quatro milhões de meninas em idade escolar em todo o País, expostas a situações constrangedoras e a riscos desncessários. A pesquisa aponta, ainda, que uma pessoa pode gastar entre R$ 3 mil e R$ 8 mil em absorventes durante a vida.
Educador e pai de duas meninas, o vereador Ailson Belarmindo, destacou o período menstrual na vida das adolescentes e o papel da família e dos amigos.
"Meninas, vocês não têm que se envergonhar. Irmãos, pais, amigos têm que respeitar. A menstruação é um processo natural do organismo da mulher. Agora, vocês podem levar para a escola essa necessaire. Enquanto o Governo Federal veta um projeto importante como esse, Quissamã aprova. Executivo e Legislativo juntos em prol da população. O que está acontecendo hoje em Quissamã é histórico. Estamos fazendo história", enfatizou o presidente da Comissão de Educação na Câmara Municipal.
Meninas e mulheres sem acesso à políticas públicas que preconizam essa distribuição, acabam improvisando absorventes íntimos com diversos materiais maleáveis, como meias ou pedaços de tecido, papéis - inclusive usados, miolo de pão, e outros, colocando a própria saúde em risco.
Gerente do Programa de Saúde da Criança e do Adolescente, da Secretaria Municipal de Saúde, a enfermeira Flávia Batista, frisou
"Cuidar da saúde da mulher! Estamos falando do sexo feminino independente da idade. Com esse kit, vocês têm a seguridade. Quantas mulheres deixam de ir à escola ou trabalhar por não terem essa proteção?", indagou a enfermeira.
O mesmo levantamento feito pelo Grupo Girl Up, mostra que é "consideravelmente grande" a quantidade de alunas que deixaram de ir à escola e que omitem o motivo das faltas, prejudicando o rendimento escolar. Muitas delas abandonam os estudos, contribuindo severamente para as estatísticas da evasão.
Também estiveram presentes secretários, subsecretários, diretores de escola, coordenadores da Secretaria Municipal de Educação e os vereadores Fábio Castro, Cássio Reis, Simone Flores, Rildo Barcelos, Mazinho Batista, Maurício Bugginho, Janderson Barreto.
"Estou muito feliz no dia de hoje. Por receber esse kit e representar todas as meninas da rede municipal. Nem toda família tem condições de oferecer isso às suas filhas. Agradeço, primeiramente, a Deus e também à prefeita Fátima Pacheco por essa ação", disse a estudante Júlia Pereira da Silva.
A secretária de Educação, Helena Lima, ressalta que o Papo de Menina tem caráter pedagógico e prevê a realização de rodas de conversa sobre empoderamento feminino, saúde da mulher, violência e o futuro da mulher no mercado de trabalho.
"O Papo de Menina chega para minimizar os impactos na vida das nossas meninas, beneficiando não somente as que estão em situação de vulnerabilidade social. Esse programa vai além da entrega do kit. Vamos promover bate-papo nas escolas com temas importantes que, às vezes, a gente não discute e não conversa em casa e nem na escola. Procuramos na internet, mas não verbalizamos, não construímos o pensamento", reforçou Helena Lima.
De acordo com a pesquisa “Livre para Menstruar”, do Grupo Girl UP Elza Soares, o problema afeta uma a cada quatro adolescentes no País. Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância e Adolescência revelam que são mais de quatro milhões de meninas em idade escolar em todo o País, expostas a situações constrangedoras e a riscos desncessários. A pesquisa aponta, ainda, que uma pessoa pode gastar entre R$ 3 mil e R$ 8 mil em absorventes durante a vida.
Educador e pai de duas meninas, o vereador Ailson Belarmindo, destacou o período menstrual na vida das adolescentes e o papel da família e dos amigos.
"Meninas, vocês não têm que se envergonhar. Irmãos, pais, amigos têm que respeitar. A menstruação é um processo natural do organismo da mulher. Agora, vocês podem levar para a escola essa necessaire. Enquanto o Governo Federal veta um projeto importante como esse, Quissamã aprova. Executivo e Legislativo juntos em prol da população. O que está acontecendo hoje em Quissamã é histórico. Estamos fazendo história", enfatizou o presidente da Comissão de Educação na Câmara Municipal.
Meninas e mulheres sem acesso à políticas públicas que preconizam essa distribuição, acabam improvisando absorventes íntimos com diversos materiais maleáveis, como meias ou pedaços de tecido, papéis - inclusive usados, miolo de pão, e outros, colocando a própria saúde em risco.
Gerente do Programa de Saúde da Criança e do Adolescente, da Secretaria Municipal de Saúde, a enfermeira Flávia Batista, frisou
"Cuidar da saúde da mulher! Estamos falando do sexo feminino independente da idade. Com esse kit, vocês têm a seguridade. Quantas mulheres deixam de ir à escola ou trabalhar por não terem essa proteção?", indagou a enfermeira.
O mesmo levantamento feito pelo Grupo Girl Up, mostra que é "consideravelmente grande" a quantidade de alunas que deixaram de ir à escola e que omitem o motivo das faltas, prejudicando o rendimento escolar. Muitas delas abandonam os estudos, contribuindo severamente para as estatísticas da evasão.
Também estiveram presentes secretários, subsecretários, diretores de escola, coordenadores da Secretaria Municipal de Educação e os vereadores Fábio Castro, Cássio Reis, Simone Flores, Rildo Barcelos, Mazinho Batista, Maurício Bugginho, Janderson Barreto.
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