No Trik Trik Paradiso, os cuidados com a higiene foi redobrado, desde a fabricação até a entrega ao cliente, serviço que passou a funcionar na pandemia - Divulgação/Trik Trik Paradiso
No Trik Trik Paradiso, os cuidados com a higiene foi redobrado, desde a fabricação até a entrega ao cliente, serviço que passou a funcionar na pandemiaDivulgação/Trik Trik Paradiso
Por Ana Clara Menezes
Rio das Ostras - De acordo com uma pesquisa da Opinion Box, 60% dos brasileiros estão passando mais tempo da internet, com a chegada do coronavírus e isolamento social. Devido a isso, os hábitos mudaram e a forma de consumo também, provocando um aumento de 4% nos serviços delivery.
Em Rio das Ostras, o comportamento de comerciantes e consumidores, não foi diferente. E para não ficar de fora do mercado e conseguir se manter em meio a ‘coronacrise’, empresários precisaram inovar sua forma de atender o cliente.
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Aplicativo de mensagens, delivery, reuniões por vídeochamada e marketing nas redes sociais é o que está mantendo os empreendedores ativos neste período de pandemia. Trata-se de um momento delicado, que requer dedicação no mundo virtual e suas tecnologias para continuar vendendo.
Segundo o último decreto da Prefeitura (nº 2559/2020 – publicado em 31 de maio), além das atividades consideradas indispensáveis (mercados, farmácias, postos de gasolina, entre outros) e alguns estabelecimentos liberados para funcionar (óticas, barbearias, consultórios odontológicos e de fisioterapia, por exemplo), o artigo 2º diz que: “Os estabelecimentos que comercializam alimentos, poderão, no que couber, manter suas atividades de atendimento ao público pela internet, telefone, online, serviço de delivery, drive trhu ou retirada no balcão”.
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Com isso, o comércio online deixou de ser uma segunda opção e passou a ser a única para a maioria dos estabelecimentos. Mais do que nunca ter uma empresa digitalizada tornou-se uma questão de sobrevivência.
Sobrevivendo à 'coronacrise'
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O Dia entrevistou comerciantes de Rio das Ostras, que contaram como tem sido a nova rotina profissional, com as medidas de saúde e segurança de enfrentamento ao COVID-19.
Segundo o presidente do Rio das Ostras Convention & Visitors Bureau, Paulo Cesar Trindade, os comerciantes estão tendo uma queda vertiginosa das vendas e a maioria já sem capital de giro para reabastecer os seus estoques, alguns até, tradicionais na cidade, decretando falência. Por isso, a instituição resolveu paralisar as mensalidades, por três meses, para aliviar os associados.
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“Estamos tentando ajudar a todos a sobreviver, porque o associativismo é a única coisa que, de alguma forma, alivia a ansiedade, pois é uma forma do empresário não se sentir sozinho neste momento tão delicado”, explicou PC. Acrescentando que: “precisamos sair dessa pandemia com a cabeça erguida, por isso estamos planejando o futuro minuciosamente, com um projeto de recuperação da nossa cidade e região”.
Na Associação Comercial (Aciro - Rio das Ostras), a inadimplência chegou a 40% no período da quarentena. “Ainda não perdemos nenhum associado por conta da crise, mas também não ganhamos, estacionamos”, comentou o presidente da Aciro, Flávio Poggian.
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“Os comerciantes do Centro da cidade reclamam que o problema está nos bairros. Eles funcionam a todo vapor. Outro dia, rodei pela cidade e pude constatar”, afirmou Flávio.
“Enquanto entidade de apoio ao comércio, nós temos ofertado alguns acessos com instituições financeiras, Sebrae, empresas privadas que ofertam treinamentos, algumas assessorias nas áreas contábeis e jurídicas. Tentar sempre agir como interlocutores nesse momento”, ressaltou o presidente da Aciro.

Por outro lado, há os que estão conseguindo se sustentar, mesmo com dificuldades. Os empresários Rodrigo Peleteiro, do Trik Trik Paradiso, Vinícius Cupertino, da Vox Seguros e Adriana Valinhas, da Languagecafé são exemplos de sobrevivência, mesmo de portas fechadas.
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“À beira do abismo as pessoas mudam né? Foi uma questão de sobrevivência. E é o que está acontecendo agora. Todo o esforço está sendo para sobreviver a essa “economia de guerra”, que nossa geração está vivenciando, desabafou o comerciante Rodrigo Peleteiro, do Trik Trik Paradiso, sobre o novo atendimento delivery, adotado na quarentena.
“Quando começamos com o delivery, tivemos que mudar o nosso tipo de conteúdo nas redes sociais, que antes era mais institucional e passou a ser diretamente comercial, com pegada varejista. Antes, chamávamos as pessoas para: “vir a um dos Triks espalhados pela cidade, curtir a noite”, “assistir a um show”, “tomar uma gelada e espairecer a cabeça”, hoje, falamos: “olha, a gente tem esse sanduíche”, “temos essa comida muito saborosa, certeza que você vai gostar!”, exemplificou Rodrigo, pontuando que os cuidados com a higiene foi redobrado, desde a fabricação até a entrega ao cliente.
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Vinícius Cupertino, da Vox Seguros, disse que, antes da pandemia, tinha um fluxo de renovação de contrato entre 95% a 100%, além disso mantinha um crescimento contínuo de novos clientes em torno de 30% a 45% em relação ao ano anterior. "Como sou o proprietário e responsável técnico da corretora, precisava apenas de mais um funcionário para que a empresa funcionasse harmonicamente. Estávamos com escritório ativo no Shopping Village”, contou Vinícius.
“Depois da pandemia, nosso fluxo de renovações caiu para a casa dos 70%, o número de novos clientes caiu para no máximo dois por mês. Precisei demitir o funcionário, fechei o escritório no Centro e estou trabalhando em home office para reduzir custos de internet, energia, combustível, etc. O coronavírus paralisou a retomada do mercado de seguros, porém não podemos desistir. Todo dia, mesmo de casa, é um novo desafio e oportunidade de superação”, comentou Vinícius.
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Já Adriana Valinhas, proprietária da Languagecafé, especialista em idiomas e do universo cafeeiro, precisou fechar seu estabelecimento. Uma cafeteria-escola cultural de proposta educacional e especializada em diversos métodos de preparo do café.
Segundo Adriana, o espaço reunia pessoas, música, poesia, literatura, idiomas e arte. Celebrando tudo isso com cafés especiais. Com o avanço da pandemia, Adriana fechou, temporariamente, as portas da sua loja, por determinação dos decretos municipais e estaduais. Mas, no começo de junho, depois de sete anos no mesmo endereço, as portas do Languagecafé foram fechadas definitivamente.
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“Desde março, não podendo seguir com as atividades da Escola de Café e da Cafeteria Cultural, se tornou impossível manter o estabelecimento com o faturamento zerado”, relatou.
No entanto, a empresária e educadora, criou novos formatos de atendimento e serviços para enfrentar a pandemia. A seleção de cafés especiais (lançado em março) agora tem delivery. Os cursos de certificação internacional são ministrados online e as consultorias e treinamentos para cafeterias e empreendedores são também feitos na plataforma online.
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Já nas redes sociais, Adriana compartilha, gratuitamente, muita informação e receitas de sua autoria à base de café. Além da realização de lives, disseminando conhecimento.
Adriana tem mais projetos a serem lançados. Novos cursos no formato online estarão disponíveis ao final deste mês de junho. "Estamos em uma nova era, de novas descobertas e aprendizados. Precisamos sim, aceitar, nos adaptar, nos reinventar e acima de tudo continuar exercendo nossa profissão com a paixão e motivação de sempre. O que irá nos mover, nos reerguer e nos fortalecer é exatamente o amor pelo que fazemos, não importa de onde e como fazemos, presencial ou virtual", finalizou esperançosa.