Por felipe.martins

Rio - Branca, escolarizada, católica e financeiramente independente. O perfil das assistidas pelo Núcleo de Defesa dos Direitos da Mulher Vítima de Violência (Nudem) da Defensoria Pública subverte o estereótipo das classes menos favorecidas e comprova a “democrática” realidade da violência de gênero. Outro dado ratifica um alerta incessante: o agressor, na maioria das vezes, tem ou teve algum laço afetivo com a agredida. Nada menos que 77,5% dos casos foram protagonizados por seus companheiros, maridos, namorados ou ex.

Dos 940 atendimentos realizados no ano passado pelo Nudem, 19,9% correspondem a mulheres que residem na zona sul, 32% possuem o ensino médio completo, 53% se autodeclararam de cor branca e 45% possuem renda familiar de até três salários mínimos por mês. Sessenta e seis por cento das mulheres são independentes financeiramente, o que mostra que o fator econômico não livra ninguém de ser alvo das agressões (clique aqui para ver a íntegra do levantamento). Outra leitura sugere que, quando existe dependência financeira ou pouco acesso à informação, o número de vítimas dispostas a procurar ajuda ainda é pequeno.

– O dia internacional da mulher é um importante momento de reflexão, de revisão de conceitos e de posturas da sociedade que ainda é muito machista e que violenta e mata diariamente muitas mulheres em todo o país –, afirma Arlanza Rebello, coordenadora do Nudem, que está completando 18 anos de atuação este ano.

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